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Crise?

Em nove meses, Bradesco lucra R$ 15,734 bilhões

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Resultado representa crescimento de 11,1% em relação ao mesmo período de 2017; mesmo assim, em 12 meses banco cortou 2.529 empregos
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Foto: Maurício Morais

O Bradesco obteve, nos nove primeiros meses de 2018, lucro líquido recorrente de R$ 15,734 bilhões, crescimento de 11,1% em relação ao mesmo período de 2017. Mesmo apresentando resultados sempre melhores, o banco segue cortando postos de trabalho. Em 12 meses (setembro de 2017 a setembro de 2018) já são 2.529 empregos a menos. O lucro corresponde a uma rentabilidade de 18,7%, 0,6 ponto percentual acima do ano passado.

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O aumento no lucro se deu, principalmente, pela redução de despesas. Despesas de captação de recursos tiveram queda de 34% e as com provisão para devedores duvidosos caíram 30% em comparação aos nove primeiros meses de 2017. Além disso, houve também forte incidência de créditos tributários no período.

“O Bradesco, diante dos resultados alcançados, deveria contratar mais bancários para reduzir a enorme sobrecarga de trabalho, principalmente nas agências, decorrente do quadro insuficiente de funcionários. Todos os seguimentos de crédito cresceram, o índice de inadimplência caiu significativamente, de 4,8% em setembro de 2017 para 3,6% em setembro de 2018; e as despesas com captação de recursos e com provisão para devedores duvidosos tiveram quedas expressivas”, diz o dirigente do Sindicato e bancário do Bradesco, Alexandre Bertazzo.

Apenas com a receita de prestação de serviços e tarifas bancárias, que tiveram alta de 4,4% e alcançaram R$ 18,560 bilhões, o Bradesco cobre 131% do total das suas despesas com pessoal, que tiveram queda de 13,6% em relação aos nove primeiros meses de 2017, representando outra fonte de elevação nos lucros do Bradesco.

“Apesar de realizar contratações, evidenciadas no saldo positivo de 476 postos de trabalho no período entre junho e setembro, elas não ocorrem na velocidade que os trabalhadores esperam para reduzir a sobrecarga. Os bancários, que constroem resultados sempre crescentes para o Bradesco, merecem ser valorizados com boas condições de trabalho”, enfatiza Bertazzo. 

Outros dados

A carteira de crédito do Bradesco chegou a R$ 523,431 bilhões, com crescimento de 7,5% em relação a setembro de 2017. A carteira de Pessoa Física apresentou elevação de 8,1% e chegou a R$ 186,159 bilhões, com destaque para o crédito consignado, que cresceu 14,2%, veículos, com aumento de 14,1%, e financiamento imobiliário, que cresceu 11,2%.

Já carteira de Pessoa Jurídica cresceu 7,2%, alcançando R$ 337,272 bilhões em setembro de 2018, sendo que para o segmento de micro, pequenas e médias empresas a alta foi de 8,3% e para grandes empresas foi de 6,7% no período.

A rede de agências chegou a 4.652 unidades, redução de 193 unidades em 12 meses, sendo 48 apenas no último trimestre.

“O Bradesco deveria levar em conta que a tecnologia, apesar de dinamizar a vida das pessoas, não está acessível para todo o conjunto da população e nem todos desejam trocar o atendimento presencial pelo digital. Quem deve escolher o canal de atendimento é o cliente. Não deve ser imposto pelo banco com a redução do número de agências físicas”, conclui o dirigente do Sindicato.
 

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