Nos primeiros nove meses do ano, o Itaú registrou lucro líquido recorrente de R$ 21,067, crescimento de 9,4% em relação ao mesmo período de 2018. O retorno sobre patrimônio líquido foi de 23,6%, elevação de 1,6 pontos percentuais. Apesar do ótimo resultado, o banco eliminou 3.534 postos de trabalho em 12 meses. Apenas no último trimestre foram 1.625 empregos a menos. De acordo com o banco, 3,5 mil pessoas aderiram ao PDV (Programa de Desligamento Voluntário) anunciado em julho.
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“Não existe justificativa cabível para o Itaú, com lucro sempre crescente, cortar 1.625 postos de trabalho em três meses. Com esse tipo de gestão, o Itaú massacra os bancários que seguem no banco, cada vez mais sobrecarregados e adoecidos; a população, com o atendimento precarizado; e o país como um todo, que já registra uma alta taxa de desemprego” critica a diretora de Comunicação do Sindicato e funcionária do Itaú, Marta Soares.
Nos últimos 12 meses, o banco fechou 201 agências físicas no país. Até o fim do ano a previsão é que o Itaú feche 400 agências.
“O Sindicato cobra do banco a manutenção dos postos de trabalho das agências afetadas. Além disso, como concessão pública, o Itaú tem a obrigação de oferecer retorno a sociedade na forma de um bom atendimento e geração de empregos. O balanço mostra que o banco está indo na direção contrária”, critica Marta.
Somente com o que arrecada com tarifas e prestação de serviços, receita que teve alta de 3,8% e alcançou R$ 29,4 bilhões nos primeiros nove meses do ano, o Itaú cobre 143% do total de suas despesas com pessoal, incluindo a PLR.
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Outros números
As receitas de intermediação financeira apresentaram crescimento de 8,8%, com destaque para as receitas de crédito com elevação de 8,0%, chegando a R$ 61,6 bilhões e para as receitas financeiras de seguros, previdência e capitalização que chegaram a R$ 13,4 bilhões, com elevação de 78%.
A carteira de crédito avançou 8,3% atingindo R$ 689 bilhões. No segmento de pessoa física o crescimento foi de 14,9%, com destaque para cartão de crédito (21,4%), crédito pessoal (18,5%) e veículos (18%). Já no segmento de micro, pequenas e médias empresas verificou-se forte crescimento de 24,5%, enquanto no de Grandes Empresas o crescimento foi de 4%.
O índice de inadimplência foi de 2,9% do total das operações de crédito, exatamente o mesmo patamar de um ano atrás.