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COE Santander volta a criticar presidenta mundial do banco

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Ana Botín faz apresentação na Torre Santander

Os representantes da COE Santander (Comissão de Organização dos Empregados do Santander) ficaram muito preocupados com a apresentação realizada pela presidenta mundial do banco espanhol, Ana Botín, na manhã desta quarta-feira 22, na Torre Santander, sede do banco espanhol no Brasil. Enquanto a presidenta destacou avanços nos resultados e nos investimentos em tecnologia, o movimento sindical observou a ausência de consideração com os trabalhadores e suas condições de trabalho.

Ana Botín compartilhou informações como o crescimento da carteira de clientes para 9 milhões, aumento da receita em 13% e o aprimoramento do índice de eficiência em 44% em relação ao mercado. Também revelou planos ambiciosos de atingir 40 milhões de clientes até 2025, impulsionando uma abordagem centrada em investimentos globais de R$ 3 bilhões em Tecnologia da Informação.

A ênfase no uso de ferramentas tecnológicas, inteligência artificial e atendimento remoto gerou preocupações entre os representantes sindicais. “Nós enxergamos a necessidade urgente de regulamentação em relação ao uso da inteligência artificial, buscando garantir um atendimento acessível à população e, simultaneamente, melhorar as condições de trabalho dos profissionais do setor financeiro”, afirmou a coordenadora da COE Santander, Wanessa Queiroz.

O investimento do Santander em atendimento digital foi criticado pelo movimento sindical. “A falta de escolha para os clientes, que são direcionados para plataformas digitais sem alternativas, é um desrespeito”, apontou a coordenadora da COE.

Outra preocupação é que o atendimento remoto é feito pela SX Negócios, empresa terceirizada. “É mais uma empresa coligada do grupo Santander que tem crescido, em especial no estado de São Paulo. Porém, se trata de uma fragmentação da categoria bancária. Em outubro, a Justiça condenou o banco Santander, pela terceira vez, por fraudar a contratação de um bancário”, lembrou Wanessa.

A coordenadora da COE ressaltou que, enquanto o Santander busca se posicionar como líder tecnológico global, o movimento sindical destaca a importância de equilibrar o avanço tecnológico com a proteção dos empregos e condições dignas de trabalho. “No último seminário da Uni Finanças vimos que é praxe do Santander investir muito em tecnologia em todos os países, com tendência de redução de postos de trabalho. O Santander precisa ter responsabilidade social nos países nos quais obtém seu lucro”, lembrou. “O movimento sindical reforça a necessidade de diálogo entre o Santander e os trabalhadores para garantir um futuro equilibrado e sustentável para todos os envolvidos”, completou.

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