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Sindicato cobra e Citi diz que não demitirá aqui

Linha fina
Representação dos bancários acompanha passos do banco de perto após diretor do grupo norte-americano anunciar 4,5 mil dispensas no mundo
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São Paulo – O grupo Citibank anunciou o fechamento de cerca de 4,5 mil postos de trabalho em 2012. A informação, dada pelo principal executivo do Citigroup, Vikram Pandit, foi veiculada em reportagem do jornal Valor Econômico, na quinta 8.

No mesmo dia, a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, entrou em contato com a direção do banco norte-americano no Brasil e foi informada de que, no país, a instituição financeira teria gerado empregos neste ano.

Segundo a empresa, eram 6.701 funcionários em 31 de dezembro de 2010 e, até 30 de novembro de 2011, esse número passou para 7.776, o que daria um saldo positivo de 1.075 empregos. No entanto, o Citibank admitiu que, ao longo de 2011, saíram 1.226 funcionários do quadro de pessoal do banco no Brasil. “Vamos cobrar do Citibank que informe ao Sindicato quantos desse total de desligados foram demitidos e quantos pediram demissão”, afirma Juvandia.

Denúncia – Pouco depois de falar com o banco, no entanto, a dirigente recebeu uma denúncia anônima de que o banco já teria planejado 3 mil desligamentos no país. “Vamos voltar a entrar em contato com o Citibank para ver se a denúncia procede. O Sindicato acompanhará de perto. Não vamos aceitar o corte de custos no Brasil com o objetivo de mandar dinheiro para o exterior”, avisa Juvandia.

Crise – Na mesma reportagem do Valor, o executivo do grupo explica que as 4,5 mil demissões teriam o objetivo de cortar custos. Uma medida diante da crise econômica que assola os Estados Unidos e a Europa. “O setor de serviços financeiros enfrenta um ambiente operacional extremamente difícil, com uma combinação sem precedentes de incertezas do mercado, sustentada pela fragilidade nas economias desenvolvidas e as mudanças regulatórias mais acentuadas que já tivemos na vida”, declarou Pandit.

“É importante deixar bem claro que a crise nesses países foi gerada pelo sistema financeiro e pela ganância de executivos como Pandit. E que são os governos e a população da Europa e dos Estados Unidos que estão pagando por isso”, ressalta Juvandia.

No Brasil – Mas se a empresa está preocupada com seus balanços nos países europeus e nos EUA, a situação é bem diferente nos países em desenvolvimento. Segundo a reportagem, Vikram Pandit está “investindo em mercados emergentes como Brasil, China e Índia, que atualmente respondem por 50% dos lucros do banco”, diz o texto. Acrescenta ainda informações do executivo de que essas economias (Brasil, China e Índia) “deverão registrar um crescimento anual de 6% até 2015, ofuscando o dos mercados desenvolvidos, cuja expansão estimada é inferior a 2%”.

Para a presidenta do Sindicato, essas afirmações já deveriam descartar demissões no Brasil. “Se o mercado brasileiro está dando lucro para o grupo, então não é justo que demita. Isso é inadmissível”, reforça Juvandia.


Andréa Ponte Souza - 08/12/2011

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