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Demissões são campeãs da 16ª São Pilantra

Linha fina
Bob Entuba e Salles, Satã-Der e Brá Brá Brá do Bradesco completaram a lista de vencedores da paródia apontados comos vilões pela categoria bancária
Imagem Destaque

São Paulo – A pilantragem nacional já conhece o seu representante de 2013.  As milhares de demissões promovidas pelos bancos e que assombraram os bancários durante o ano conquistaram o inglório título da 16ª São Pilantra, o Santo Padroeiro das Elites do Brasil. As dispensas imotivadas em todos os bancos tiveram a representação do Lord Exploration.

O evento promovido pelo Sindicato nesta quinta-feira 26, na Avenida Paulista, também teve no pódio a dupla Bob Entuba e Salles, do Itaú em segundo lugar; Satã-Der em terceiro; e Brá Brá Brá do Bradesco completando a lista, em quarto.

> Fotos: imagens do evento na Avenida Paulista

Juntos, cinco dos seis maiores bancos múltiplos com carteira comercial que operam no país (Banco do Brasil, Bradesco, HSBC, Itaú e Santander) fecharam 6.977 postos de trabalho entre janeiro e setembro de 2013. A prática ficou na contramão da economia brasileira, que gerou 1,3 milhão de novos empregos no mesmo período.

Entre junho de 2012 e junho de 2013 o Itaú foi responsável por 4.458 empregos a menos. Já no período entre setembro de 2012 e setembro deste ano, o Santander cortou 4.452 postos de trabalho, o Bradesco reduziu 2.690 vagas, o Banco do Brasil 1.827 e o HSBC 741.

A Caixa apresentou saldo positivo, tendo contratado 3.892 bancários. No entanto, na avaliação do Sindicato, esse número ainda é insuficiente para diminuir a sobrecarga dos bancários das agências e concentrações.

"Não é justo que, mesmo com a evolução da economia e com o crescimento dos bancos, os bancários sejam demitidos para aumentar os lucros das instituições financeiras. O Sindicato não admite essa política e seguirá protestando em defesa dos empregos e dos direitos dos trabalhadores”, afirmou a secretária-geral do Sindicato, Raquel Kacelnikas.  

Manifestação – A São Pilantra ocorre desde 1998 e já é uma tradição. O ato é uma forma irreverente de os bancários denunciarem os patrões, além de setores e forças contrárias à classe trabalhadora e ao país.

Entre os lembrados no ato deste ano estavam também o Partido da Imprensa Golpista – que é contra a democratização da comunicação e luta pela manutenção do monopólio da mídia –, e até “Barraco Obrahma” e seu desrespeito à soberania das nações por meio da espionagem de líderes mundiais.

Atores representando banqueiros, políticos e os “fantasmas do assédio moral” compuseram a performance, que teve início em frente ao Itaú Personalité. A linha de chegada se deu em frente ao Banco Safra.

A manifestação atraiu olhares curiosos e sorrisos durante todo o percurso. “Acho importante para conscientizar a população sobre problemas que a maioria nem sabe que existe”, avaliou o contador José Paulo Robério enquanto fotografava cartazes que revelavam ameaças à classe trabalhadora, como o projeto de lei 4.330, que institucionaliza a terceirização e a consequente precarização nas relações de trabalho.

Dezenas de bancários aposentados engrossaram a manifestação. "É muito importante participar", opinou Guiné Moreno. "Precisamos ajudar o Sindicato nas reivindicações, como um salário mais justo para a categoria e pela inclusão de pais de bancários no plano de saúde."

“A São Pilantra é importante para mostrar para quem está passando pela Paulista que nós, trabalhadores, temos o direito ao emprego, à saúde e à divisão da riqueza, e é por isto que o Sindicato luta”, completou Raquel Kacelnikas.


Rodolfo Wrolli - 26/12/13

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