São Paulo – O que se pode dizer de 2014 é que foi, no mínimo, um ano intenso. O Brasil realizou a Copa das Copas e fez bonito diante dos milhares de turistas de todo o mundo – apesar do péssimo resultado em campo.
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Finalmente os crimes cometidos pelos militares, durante a ditadura e com o apoio de uma série de grandes empresas, foram apurados pela Comissão da Verdade que em 15 de dezembro entregou seu relatório à presidenta Dilma Rousseff – ela mesma ex-presa política. Após 50 anos do golpe militar, a sociedade espera, agora, a punição dos culpados.
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São Paulo se viu às voltas com uma situação nunca antes imaginada: a falta de água em grande parte do estado. A Sabesp, privatizada, privilegiou o pagamento a acionistas ao invés de investimentos para manutenção de rede. Essa situação, somada a uma grande seca, levaram o estado a pedir água, literalmente.
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Outras crises, como os pagamentos de propina em obras metrô e da Petrobrás, reforçaram a certeza de que o país precisa urgentemente de uma reforma política. Alterar a forma de financiamento das campanhas, acabando com a participação das empresas, é uma das principais medidas defendidas pelos trabalhadores para acabar com a corrupção no país.
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O modo como esses e outros temas são abordados pela imprensa tradicional indicam também a premência de outra reforma: a que deve democratizar os meios de comunicação para dar espaço e voz a todos os setores da sociedade.
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A presidenta Dilma Rousseff foi reeleita com 51,64% dos votos (54,5 milhões) e, ainda em 2014, reuniu-se com as centrais sindicais para reafirmar seu compromisso com a pauta da classe trabalhadora, como a reforma política, a manutenção das políticas de valorização do salário mínimo, do emprego, da renda e a correção da tabela de IR.
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Um fato inusitado coroou, nos últimos dias, 2014 como um ano para lá de especial: Cuba e EUA reataram relações diplomáticas e deve se encaminhar o fim do embargo econômico unilateral imposto aos cubanos em 1961.
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Categoria de luta – Os bancários começaram o ano curtindo uma grande conquista de 2013: o vale-cultura. A categoria, sempre pioneira, foi uma das primeiras a ter o direito incluído em Convenção Coletiva de Trabalho nacional.
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Sindicato Cidadão e de luta, trabalhamos pela apuração dos crimes cometidos durante a ditadura militar, constituindo uma Comissão da Verdade dos bancários que levantou uma série de informações sobre esse triste período da história do Brasil, ajudando a recontar uma história que não pode se repetir.
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Em março, os bancários elegeram os dirigentes que estarão à frente do Sindicato até 2017, reconduzindo Juvandia Moreira à presidência da entidade, com 82,11 % dos quase 28 mil votos.
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A Campanha Nacional Unificada 2014 garantiu aos trabalhadores reajuste de 8,5% nos salários: o maior aumento real não escalonado desde 1995 (2,2%). A valorização maior do piso, de 9%, representou ganho real de 2,5%. Também conquistamos reajuste mais alto para o vale-refeição (de 12,2%). Os bancos passaram a custear exames de CPA 10 e CPA 20 exigidos pelas instituições financeiras e se o bancário for aprovado.
Trabalhadores afastados por doença ou acidente de trabalho receberão o pagamento do adiantamento do 13º salário na complementação salarial. Mulheres que forem demitidas e que engravidarem durante o aviso prévio proporcional, serão readmitidas. Uma cláusula específica para combater as metas abusivas somou-se à proibição da publicação de ranking individual de resultados e do envio de mensagens para o celular particular dos bancários no combate ao assédio moral.
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O II Censo da Diversidade foi realizado e os resultados devem servir para avançar na igualdade de oportunidades na categoria.
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Entre as várias ações mantidas pela Secretaria Jurídica do Sindicato em favor dos trabalhadores, após 24 anos de luta na Justiça bancários da extinta Nossa Caixa viram seus direitos recuperados. Os trabalhadores aprovaram acordo construído entre Sindicato e Banco do Brasil – que incorporou a instituição estadual – de pagamento de R$ 100 milhões a 1.976 empregados que tinham duas horas extras pré-contratadas entre outubro de 1986 e junho de 1990.
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Isso tudo sem abandonar a luta diária pela defesa dos empregos, dos direitos, da igualdade de oportunidades, das condições de trabalho da categoria e contra a terceirização dos serviços, que precariza conquistas. Os dirigentes estão diariamente nos locais de trabalho, seja na luta contra a pressão excessiva e o assédio moral, cobrando o funcionamento dos equipamentos de ar-condicionado ou segurança para trabalhadores e clientes.
O Sindicato manteve atuação internacional, junto à UNI e outros sindicatos globais, para ampliar a organização e mobilização dos trabalhadores em todo o mundo. Afinal, se as empresas são globalizadas, a luta dos trabalhadores também deve ser.
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Feliz 2015 – O ano novo vem cheio de desafios, mas também com muita energia e disposição de luta. A Árvore dos Desejos, evento promovido pelo Sindicato para fechar 2014, provou que o povo quer viver bem, feliz, com paz, amor, saúde, prosperidade, harmonia. Os milhares de pedidos colocados na árvore durante a semana de 15 a 19 de dezembro provaram que a esperança, a felicidade, a disposição de viver num país cada vez melhor e mais justo para todos são sentimentos muito mais fortes que o rancor, o preconceito, a violência.
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Que em 2015 todos os bons desejos se realizem e façam nosso Brasil avançar cada vez mais, com mais justiça social e igualdade de oportunidade para todos!
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Cláudia Motta – 30/12/2014