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Suspeito de matar ambulante é preso

Linha fina
Ricardo Martins do Nascimento foi encontrado no interior de São Paulo, o outro suspeito, Alípio Rogério Belos dos Santos continua foragido; trabalhador foi espancado até a morte na estação Pedro II do Metrô após defender um travesti que estava sendo agredido por dois rapazes
Imagem Destaque
Agência Brasil , com edição da Redação
28/12/2016


São Paulo – Ricardo Martins do Nascimento, de 21 anos, suspeito de matar o vendedor ambulante Luiz Carlos Ruas, 54 anos, foi preso na noite de terça-feira 27. O outro suspeito, Alípio Rogério Belo dos Santos, de 26, continua foragido.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que Ricardo foi preso na cidade de Itupeva, na região de Campinas. Uma recompensa de R$ 50 mil foi oferecida a quem fornecer informações que levem à prisão dos suspeitos, que são primos. As informações sobre o paradeiro dos suspeitos podem ser registradas por meio do endereço eletrônico www.webdenuncia.org.br. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, não há necessidade de fazer cadastro ou de que o autor da denúncia se identifique.

Ruas foi espancado e morto, segundo a polícia, às 22h25 de domingo, noite de Natal. Segundo testemunhas, o ambulante vendia salgados e refrigerantes do lado de fora da estação Pedro II do Metrô quando dois homens se desentenderam com ele e passaram a agredi-lo. O ambulante defendia moradores de rua, um deles uma travesti, que também foram agredidos pelos dois suspeitos.

O vendedor tentou correr até a bilheteria da estação, mas foi atingido por vários golpes e caiu no local. Ele foi socorrido e levado a um hospital, mas não resistiu aos ferimentos.

Metrô sem segurança – Uma manifestação em homenagem a Ruas e contra crimes de homofobia foi realizada no início da tarde de terça-feira 27, na Estação Pedro II. Ativistas LGBT, trabalhadores metroviários e religiosos da Pastoral do Povo da Rua acenderam velas e estenderam bandeiras contra a homofobia e exigiram ações das autoridades para impedir que casos como esse se repitam. Outro ato está agendado para a tarde de sexta-feira 30, no mesmo local.

Durante a manifestação de terça-feira, diretores do Sindicato dos Metroviários disseram que não havia seguranças na estação no momento em que os dois agressores mataram o vendedor ambulante. "Havia somente três funcionários nesta estação naquele momento. Um na bilheteria, outro na catraca e outro no CCO (Centro de Controle Operacional). Se olhar a escala vai ver que tem dois seguranças em cada estação, mas, na verdade, é a mesma dupla atuando em três estações diferentes", afirmou Marcos Freire, ativista LGBT e diretor do sindicato.

Segundo Freire, situações de violência vêm se repetindo no Metrô, sendo cada vez menos combatidas, devido ao número insuficiente de trabalhadores no sistema. Segundo dados do Portal da Transparência do governo Geraldo Alckmin (PSDB), responsável pela gestão do Metrô, a companhia tem déficit de aproximadamente 600 funcionários. Outros 632 aderiram ao Programa de Demissão Voluntária lançado esse ano e devem ser desligados em breve.

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