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Trabalhadores cobram avanços na questão racial

Linha fina
Mesa temática de igualdade de oportunidades com a federação dos bancos debateu inclusão e ascensão de negros e negras no sistema financeiro, subrepresentados no setor
Imagem Destaque
Redação Spbancarios, com informações da Contraf-CUT
5/12/2016

São Paulo – Os representantes dos trabalhadores reuniram-se com a federação dos bancos (Fenaban) na mesa temática de igualdade de oportunidade. A pauta do encontro realizado na quinta-feira 1º foi a questão racial, invisibilidade e visibilidade, contratação e ascensão profissional no sistema financeiro.

Os representantes dos trabalhadores iniciaram a discussão com um preâmbulo sobre os impactos da Proposta de Emenda Constitucional 55, do Senado, conhecida como a PEC da Morte sobre a vida da população negra, principalmente nas questões de saúde e educação, pois são os negros que mais utilizam o sistema público. Destacaram também as reestruturações que vêm acontecendo nos bancos públicos e privados, que devem atingir mais duramente este grupo social.

A Febraban fez a apresentação do Mapa da Diversidade com o recorte da questão racial apontando um aumento de contratação de negros. Em 2008, segundo os dados, havia 19% de negros, no mapa de 2014,  24,7%, aumento 5,7%.

Os bancários cobraram os dados detalhados da pesquisa à Febraban, que por sua vez não se manifestou:  “Nós pontuamos a necessidade de apresentar os dados para saber se o avanço nestas contratações não refletiria apenas as dos bancos públicos, onde as admissões são por meio de concurso, havendo inclusive cotas, de acordo com a legislação”, afirma Almir Aguiar secretário de Combate ao Racismo da Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf).

Segundo o Mapa, na Bahia, por exemplo, havia 45% de brancos e 54% de negros em 2008. No mapa de 2014, 39% de brancos e 59% de negros: “Mas mesmo esse aumento não é percebido, porque há questão da visibilidade, normalmente os negros estão em departamentos, não em atendimento ao público. Além disso, na ascensão profissional, como acontece em todo o país, os negros são discriminados”, destaca Almir.

“Discutimos a pauta de inclusão e ascensão de negros e negras no sistema financeiro, já que esses trabalhadores estão subrepresentados no setor. Principalmente a mulher negra”, afirma a diretora executiva do Sindicato Neiva Ribeiro.

Reivindicações – Os representantes dos trabalhadores apresentaram uma pauta resumida das reivindicações que vêm sendo feitas nos últimos anos, para que haja uma resposta mais efetiva na próxima mesa. E pontuaram ainda a necessidade futura de um novo Mapa da Diversidade, devido à reestruturação do sistema financeiro.

“Destacamos a pauta de igualdade de oportunidades da nossa pauta para aprofundarmos o debate nas próximas reuniões, que foram agendadas para 2017, sendo a primeira para fevereiro”, completa Neiva. Em pauta: questão de gênero, identidade de gênero e paternidade responsável (licença paternidade).
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