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Chapéu
Justiça tributária

Exemplo: jovens milionários defendem impostos sobre grandes fortunas

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jovens milionários defendem impostos sobre grandes fortunas

Herdeiros de milhões e até mesmo bilhões de euros, um grupo de jovens alemãs têm defendido uma maior taxação sobre grandes fortunas. Segundo reportagem da BBC, eles não só reclamam que querem pagar mais impostos sobre o que herdaram, como condenam a injustiça tributária que faz com que os mais ricos paguem proporcionalmente menos impostos do que os mais pobres.

Uma desses jovens é Marlene Engelhorn, descendente do fundador da BASF, empresa química e farmacêutica alemã considerada a maior do ramo no mundo. Quando a avó de Marlene morreu, ela se tornou multimilionária aos 29 anos, e surpreendeu o mundo ao declarar que queria abrir mão de 90% de sua fortuna e se tornar uma das fundadoras da Taxmenow ("cobre meus impostos agora", em inglês), uma associação alemã de milionários que defendem que parte de suas heranças seja abocanhada pelo Estado.

A Taxmenow destaca que a concentração de riqueza é também concentração de poder, já que o dinheiro dos mais ricos não compra apenas luxo, mas também negócios, meios de comunicação e partidos políticos. A concentração de riqueza em gerações após gerações de uma mesma família seria quase uma dinastia, que ameaça inclusive as democracias.

Em seu livro Geld (dinheiro, em alemão), Marlene lembra que os impostos que os milionários deixam de pagar sobre suas fortunas e heranças fazem falta para creches, hospitais e outras políticas públicas. E critica o fato de que os impostos sobre o trabalho sejam proporcionalmente maiores do que as taxas cobradas dos super ricos.

Tributação progressiva

A secretária-geral do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, Neiva Ribeiro, aplaude a iniciativa e lembra que a tributação progressiva – que significa maior carga tributária para maiores riquezas – é uma bandeira antiga do movimento sindical bancário. “Sempre defendemos que os mais ricos paguem mais impostos. Isso garantiria maior distribuição de renda e equidade social, isso é justiça fiscal. Mas infelizmente o que vemos no Brasil e mesmo em países capitalistas desenvolvidos como a Alemanha, é a população pobre e a classe trabalhadora pagando proporcionalmente mais impostos do que os mais ricos”, destaca.

“Hoje no Brasil trabalhadores que ganham a partir de R$ 2 mil já são tributados na fonte, enquanto que os grandes bilionários vivem em um verdadeiro paraíso fiscal. Esperamos muito que tenhamos força de pressão junto ao Congresso Nacional para que o novo governo avance nessa pauta; principalmente na correção da tabela do IR, que é questão de justiça social”, acrescenta.

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