O Super Caixa, programa de remuneração variável implementado pela Caixa para o 2º semestre de 2025, segue sendo alvo de intensas críticas do Sindicato e demais entidades representativas dos empregados.
O modelo, criado unilateralmente pelo banco e apresentado como “prêmio por liberalidade”, alterou regras de habilitação, cálculo e distribuição da premiação, ampliou exigências e, na prática, tornou mais difícil o acesso ao benefício, principalmente para quem atua diretamente nas agências.
Desde sua divulgação, a representação dos empregados denuncia que o programa aumenta a pressão sobre as equipes, baseia-se em indicadores complexos, penaliza unidades inteiras e impacta diretamente a renda de trabalhadoras e trabalhadores, sem que tenha havido qualquer negociação coletiva prévia.
Para os representantes dos empregados, o modelo reforça a cobrança por metas, carece de previsibilidade e não reflete de forma fiel a realidade das agências, especialmente diante do quadro reduzido de pessoal e do aumento constante de demandas geradas por programas sociais e políticas públicas operadas pela Caixa.
Principais críticas
Entre os pontos mais criticados, destacam-se:
• Exigências elevadas de habilitação, baseadas em resultados de unidade que não dependem exclusivamente do esforço individual;
• Indicadores complexos e pouco transparentes, dificultando o entendimento do cálculo;
• Penalizações por desempenho de terceiros, o que desestimula o trabalho coletivo e gera conflito interno;
• Pressão permanente por metas, ampliando o risco de adoecimento;
• Ausência total de negociação com as entidades representativas, desrespeitando a mesa permanente;
• Impacto direto sobre a renda, já que o programa substitui mecanismos anteriores mais estáveis e previsíveis.
Fora da realidade
Para a CEE/Caixa, o programa reforça desigualdades e não considera as condições reais da rede de atendimento. O Super Caixa não reconhece a realidade de quem trabalha na ponta, foi construído sem negociação, com regras que penalizam quem já sofre com sobrecarga e falta de pessoal, o que é inadmissível para a representação dos empregados, e precisa ser revisto, uma vez que não garante justiça e transparência.
O Sindicato e demais entidades representativas, por meio da CEE/Caixa, continuará cobrando mudanças e respeito ao diálogo com as entidades.
Programa abre portas para o assédio e o adoecimento
Para os representantes dos empregados, o Super Caixa pode ter impactos na saúde mental dos trabalhadores, já que intensifica a pressão por metas, os expõe a comparações constantes e amplia o risco de adoecimento, além de determinar quem será premiado ou não a partir de indicadores punitivos e pouco claros.
Os indicadores de habilitação, como o Resultado.Caixa, Negócios Sustentáveis e satisfação dos clientes, por exemplo, não refletem apenas o esforço e competência dos empregados, mas também fatores estruturais, questões que extrapolam o trabalho individual do trabalhador, o que é injusto e desrespeitoso.
Falta de transparência
A dirigente do Sindicato e representante da Fetec-CUT/SP na CEE/Caixa, Luiza Hansen, enfatiza que o programa falha em dois pilares básicos de qualquer ferramenta de reconhecimento: clareza e objetividade. “Transparência e simplicidade são fundamentais. Hoje, o Super Caixa tem regras difíceis de interpretar, cálculos pouco claros e premissas que mudam de acordo com o desempenho de toda a unidade. Isso afeta a previsibilidade da remuneração e prejudica a organização de vida das trabalhadoras e trabalhadores”.
Luiza também aponta que não basta a Caixa afirmar que “analisará sugestões”. “As entidades apresentaram diversos pleitos e nenhum foi atendido até agora. A Caixa precisa não apenas ouvir, mas implementar mudanças reais. O programa só será justo se refletir o cotidiano de quem atende a população todos os dias.”
Mudanças já!
Diante das inconsistências e dos impactos negativos do modelo, o Sindicato e a Contraf-CUT, por meio da CEE/Caixa, seguem cobrando:
• Negociação efetiva das regras;
• Simplificação dos critérios;
• Transparência nos indicadores;
• Proteção à saúde mental;
• Previsibilidade na remuneração;
• Respeito às condições de trabalho da categoria.
O movimento sindical reforça que o reconhecimento às pessoas que constroem diariamente a Caixa não pode se dar por meio de programas que ampliam desigualdades, geram insegurança e ignoram a realidade enfrentada por quem atende milhões de brasileiros em todo o país.
A Sindicato e a Contraf-CUT continuarão acompanhando e denunciando os problemas do Super Caixa, ao lado das demais entidades representativas dos empregados, e exigindo que o banco revise imediatamente o programa para garantir justiça, valorização e respeito ao trabalho da categoria.