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Agente do mercado vai para a Caixa

Linha fina
Sócio da Mauá Capital, Luiz Fernando Figueiredo sai do Banco do Brasil para assumir a presidência do conselho de administração do banco responsável pela gestão de programas sociais; Sindicato está nas ruas para denunciar à população a política de desmonte da empresa pública
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Arte: Marcio Baraldi

Aos poucos os postos de comando da Caixa Econômica Federal estão sendo aparelhados por agentes de mercado. Segundo o Valor Econômico, Luiz Fernando Figueiredo vai assumir a presidência do conselho de administração da Caixa Econômica Federal no lugar de Hélio Magalhães, que vai comandar o conselho de administração do Banco do Brasil. 

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Luiz Fernando Figueiredo é sócio fundador e CEO da Mauá Capital, empresa de gestão de recursos independentes que tem cerca de 6,5 bilhões de reais sob sua tutela. Luiz também foi diretor do Banco Central do Brasil e um dos fundadores da Gávea Investimentos.

Ainda de acordo com o Valor Econômico, o Banco do Brasil levantou dúvidas sobre a existência de um suposto "conflito de interesses" entre a gestora Mauá Capital, da qual Figueiredo é sócio, e o BB, sobretudo em relação à subsidiária BB DTVM.

“Causa preocupação que um agente do mercado presidirá o conselho de administração do principal banco público do país responsável pela gestão de diversos programas sociais. Essa indicação sinaliza que a função social do banco estará ainda mais ameaçada”, afirma Dionísio Reis, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa.

O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região está percorrendo agências e centros administrativos da Caixa, e realizado atos em locais públicos com grandes concentrações de pessoas para denunciar a política de desmonte da Caixa promovida pela atual gestão sob o comando do governo Bolsonaro.  

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Em entrevista à Folha de S. Paulo, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, confirmou a existência de negociações para a venda das operações de cartões e seguridade. “Se elas saírem, em até dois anos dá para devolver R$ 40 bilhões [ao Tesouro].”

“O presidente da Caixa está se desfazendo das operações mais rentáveis do banco, o que certamente irá impactar na gestão dos programas sociais do banco. É uma política de desmonte e encolhimento do principal banco público do país que prejudicará toda a população brasileira, especialmente os mais pobres”, alerta Dionísio. 

Entrega da Lotex

O leilão para a entrega das loterias operadas pela Caixa está previsto para ocorrer no dia 9 de maio, em mais um movimento claro de desmonte das políticas sociais operadas pelo banco. 

Em 2017, as loterias Caixa registraram, de forma global, arrecadação próxima a R$ 14 bilhões. Desse montante, quase metade (48%) foi destinada aos programas sociais. Se a venda for efetivada, o montante deverá ser reduzido drasticamente, já que o leilão prevê repasse social de apenas 16,7%.

“Os empregados e a sociedade devem se manter alertas e mobilizados para resistir ao desmonte das políticas sociais da Caixa, que resultará em prejuízos imensos a todos e em benefício exclusivo do setor financeiro privado, que visa somente o lucro para a remuneração dos acionistas”, afirma Dionísio Reis. 

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