Foram anunciadas, nesta quinta-feira, dia 15, cerca de 400 demissões no Grupo Santander Brasil. As dispensas aconteceram em centros administrativos do Santander e do Real e o clima ficou tenso durante o dia em todos os locais de trabalho do grupo.
O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região promove, logo nas primeiras horas da manhã desta sexta, 16, uma série de protestos contra as dispensas: no Centro Administrativo Santander (Casa 1, Rua Amador Bueno, 474, em Santo Amaro), na matriz do Real (Avenida Paulista, 1.374) e no Centro Administrativo Operacional (CAO) do Real, conhecido como Majolão (Avenida Brigadeiro Luiz Antonio, 1.827). O protesto contra as dispensas também será veiculado em campanha de rádio, como denúncia à sociedade e para que a instituição respeite os brasileiros e pare com essa prática.
O Sindicato está cobrando, ainda, medidas do Governo Federal como a ratificação da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho, que proíbe dispensas imotivadas em empresas lucrativas.
O presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino, está em Washington, numa reunião de cúpula entre Sindicatos Globais, Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial para tratar de mecanismos de defesa dos empregos durante a crise. "Não podemos aceitar demissões de empresas que bateram recordes de lucratividade nas últimas décadas. Os bancos não podem dispensar trabalhadores para garantir sua lucratividade. É uma atitude irresponsável que vai ampliar os efeitos da crise no Brasil. O governo precisa agir", afirma Marcolino.
Estratégia – A diretora do Sindicato e funcionária do Santander Rita Berlofa destaca que o banco, que em outubro passado anunciou à imprensa seu plano estratégico para 2008-2010, mentiu para os trabalhadores e para a sociedade brasileira.
Neste documento, o presidente mundial do banco, Emílio Botin, afirmava que "a integração Santander-Real não é uma reestruturação. Pelo contrário: é um projeto de crescimento, de expansão", com a ampliação do número de agências em 400. O presidente do Grupo Santander Brasil, Fábio Barbosa, foi ainda mais longe: "pretendemos superar a média do mercado em receita menos despesas, ao mesmo tempo aumentando a satisfação de nossos funcionários e clientes".
A diretora do Sindicato questiona: "como é que esses banqueiros podem falar em crescimento, satisfação de funcionários e clientes, demitindo tantos trabalhadores?". O Sindicato considera essa situação inadmissível. "Principalmente para um banco que está em excelente situação no Brasil e no mundo e anuncia "sinergias de integração que devem atingir R$ 2,7 bilhões". Ou seja, para os banqueiros, sejam eles brasileiros ou espanhóis, a fusão trará ganhos. Mas para a categoria bancária, pais e mães de família, sobra a tragédia do desemprego num momento difícil, em que a crise internacional está sendo importada para o Brasil", completa Rita.
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