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Brasileiros têm pouco retorno de impostos

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Carga tributária é injusta e, segundo estudo, não melhora índice de desenvolvimento humano do país
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São Paulo – Levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) mostra que o Brasil está entre os 30 países com maior carga tributária do mundo e que, além disso, a população brasileira é a que menos vê retorno dos impostos que paga.

Para chegar a essa conclusão, o IBPT comparou o percentual de impostos sobre o PIB (Produto Interno Bruto) e o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de cada país. O IDH é uma medida comparativa usada para classificar os países pelo seu grau de desenvolvimento humano, e é calculado a partir de dados como expectativa de vida ao nascer, educação, e PIB per capita.

O estudo do IBPT mostra que a carga de impostos no Brasil – federais, estaduais e municipais – chega a 35,13% de seu PIB. Enquanto que o IDH brasileiro é o último entre os dos países pesquisados, com 0,718, o que dá aos brasileiros um índice de retorno de 135,83.

Uma das principais bandeiras de luta do Sindicato é uma carga tributária justa e progressiva, com impostos recaindo mais sobre patrimônio e renda e menos sobre o consumo e os salários. Ou seja, que os mais ricos paguem mais e os mais pobres, menos.

“Temos que lutar por uma reforma tributária progressiva que, inclusive, isente a PLR dos bancários do imposto de renda”, afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, acrescentando que assim que o Congresso retornar do recesso, os trabalhadores voltarão a investir em um projeto de lei que determine essa isenção.

Dívida histórica – O levantamento do IBPT mostra que há países com carga tributária maior que a do Brasil, como a Suécia, cujos impostos correspondem a 44,08% da riqueza produzida no país. Em compensação, o IDH sueco é de 0,904, o que resulta em um retorno de 141,15 à população.

O Brasil também aparece atrás de outros países da América Latina. Segundo o levantamento, o Uruguai ocupa a 13ª posição no ranking, com carga tributária de 27,18% e IDH de 0,783, e um retorno de 150,30. A Argentina é o terceiro do continente e aparece como 16º colocado, com carga tributária de 29%, IDH de 0,797 e índice de retorno de 149,40.

“Apesar das políticas sociais que estão sendo desenvolvidas pelo governo federal e que vêm melhorando a vida dos brasileiros, o IDH do país ainda é baixo por conta de uma dívida social de séculos”, ressalta Juvandia.

Ranking – O primeiro lugar da lista do IBPT é ocupado pela Austrália, cujos impostos correspondem a 25,90% do PIB e o IDH é de 0,929, um retorno de 164,18. Os Estados Unidos ficam em segundo lugar com carga tributária de 24,80% e IDH de 0,910.

O ranking inclui ainda, por ordem, Coreia do Sul, Japão, Irlanda, Suíça, Canadá, Nova Zelândia, Grécia, Eslováquia, Israel, Espanha, Uruguai, Alemanha, Islândia, Argentina, República Checa, Reino Unido, Eslovênia, Luxemburgo, Noruega, Áustria, Finlândia, Suécia, Dinamarca, França, Hungria, Bélgica, Itália e Brasil.  


Redação, com informações do UOL

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