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Abusos e descaso no Call Center do Santander

Linha fina
Funcionários da Barra Funda convivem com falta de higiene e desrespeito ao tempo de pausa para descanso e ida ao banheiro
Imagem Destaque

São Paulo - Os funcionários do Call Center do banco Santander estão sofrendo com abusos e desrespeitos relacionados ao tempo das pausas de descanso, de ida ao banheiro e até falta de higiene nos restaurantes.

Os gestores dos prédios SP1 e SP2, localizados na Barra Funda e que concentram os atendentes de Call Center do Santander, incluem o período de descanso de 10 minutos no tempo de ida ao banheiro.

Na tela de pausa "Ventana Marco", utilizada nos computadores dos Call Centers, constam "Break de 20 minutos", "Extra Break" (descanso) de 10 minutos e, separadamente, Assuntos Pessoais/Toalete. Mas o sistema não vem sendo respeitado.

“Essa é uma prática antiga no Call Center e recebemos inúmeras denúncias de que gestores não praticam o que já foi afirmado pelo banco em negociação com o Sindicato, que, além dos 20 minutos de lanche, os funcionários têm direito a 10 minutos de pausa para descanso e o uso do banheiro é livre”, afirma a dirigente sindical, Carmen Meireles.

A Norma Regulamentadora 17 estabelece parâmetros para que os trabalhadores tenham o máximo de conforto, segurança e desempenho nos locais de trabalho. Publicada em 1990, pelo então Ministério do Trabalho e Previdência Social, proíbe limitação ou restrição de ida ao banheiro por poder causar graves problemas de saúde nos trabalhadores.

Existem inclusive denúncias de que, em alguns setores, funcionários só conseguem o “direito” ao descanso de 10 minutos se alcançarem as metas pré-estabelecidas de vendas. “Isso não é prêmio, é direito do trabalhador e confirmado em reunião pelo banco. Pedimos aos trabalhadores dos prédios que enviem ao Sindicato os nomes dos gestores que não estão cumprindo as normas relacionadas às pausas. Dessa forma, cobraremos uma solução. Garantimos o sigilo de seus nomes”, garante Carmen.

Comida de péssima qualidade – Outro grave problema enfrentado pelos trabalhadores são a falta de higiene no preparo e a baixa qualidade dos alimentos servidos nos restaurantes que atendem os dois prédios.

Os funcionários afirmam que recentemente foram encontrados insetos dentro das embalagens de lanches pré-embalados servidos aos funcionários.

De acordo com Carmen, reclamações anteriores já haviam sido feitas ao Santander por causa de denúncias sobre insetos e fios de cabelos nos alimentos. “Uma equipe foi formada no SP1 para acompanhar o restaurante. Houve uma pequena melhora na época, mas os problemas voltaram a acontecer”, salienta.

E a situação se agrava ainda mais, pois como os funcionários de Call Center têm apenas 20 minutos para se alimentar, fica impossível o deslocamento para outro restaurante e aquele local acaba sendo a única opção.

“Os trabalhadores de Call Center exigem respeito e o mesmo tratamento dispensado aos funcionários dos outros prédios administrativos, onde a mesma empresa oferece comida de qualidade e tratamento diferenciado. Bancário de Call Center não é trabalhador de segunda categoria. Santander, respeite o trabalhador de Call Center!”, exige a dirigente sindical.


Rodolfo Wrolli - 11/1/2013

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