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Falta acessibilidade no Ceic do Itaú

Linha fina
A ausência do piso tátil, para orientar pessoas com deficiência visual, dificulta a vida dos bancários
Imagem Destaque

São Paulo – O bancário com deficiência visual e baixa visão que sai da estação Conceição do metrô para entrar no Ceic (Centro Empresarial Itaú Conceição), em São Paulo, pode se sentir desorientado, uma vez que a instituição financeira não instalou o piso tátil em suas dependências.

Dentro do metrô, até a saída, o trabalhador conta com as marcações no piso, que tem função de auxiliar a caminhada de deficientes visuais. Assim que entra na área de responsabilidade do Itaú, o piso deixa de existir.

A concentração abriga cerca de 10 mil trabalhadores. Desses, 8.500 são bancários e o restante, terceirizado. Centenas de funcionários possuem algum tipo de deficiência, inclusive visual.

“A acessibilidade deve ser uma das prioridades do Itaú. A instituição financeira emprega pessoas com deficiência, profissionais capacitados para exercer suas funções, mas que precisam de estrutura para se movimentar. Condição de trabalho é essencial e obrigação do banco. O piso tátil é fundamental nas dependências da concentração”, ressalta a secretária de Saúde do Sindicato Marta Soares.

Segundo a dirigente sindical, já foi enviada ao banco solicitação formal para a instalação do piso específico no Ceic, no entanto não houve resposta. “A instalação do piso tátil também foi cobrada pela Cipa na última reunião entre representantes do banco e dos trabalhadores”, lembra a dirigente.

“Esse tipo de piso, bem aplicado e com um projeto bem pensado, sem a existência de objetos na frente ou, como acontece até mesmo em algumas estações do metrô, que leve a pessoa a algum lugar, colabora para uma caminhada segura e com autonomia”, explica Marta.

Acessibilidade - No Brasil existem duas tipologias dos pisos táteis, que são descritos pela Norma Brasileira 9050, sobre acessibilidade a edificações, mobiliários e espaços e equipamentos urbanos. A sinalização tátil do piso pode ser direcional ou de alerta. O primeiro deve ser utilizado na ausência ou descontinuidade de uma linha-guia identificável, como guia para caminhar em ambientes internos ou externos, ou quando houver caminhos preferenciais de circulação. O segundo deve ser utilizado para sinalizar situações que envolvam risco de segurança. Ambos devem ser aplicados conforme a NBR 9050, que explica como deve ser toda a sinalização.

“Vamos continuar cobrando melhor acessibilidade para os bancários que possuem algum tipo de deficiência visual. Com certeza a vida dessas pessoas melhorará quando o Itaú decidir investir na aplicação do piso”, conclui Marta.

Passarela – A situação se agravou com uma medida do banco para evitar a presença de skatistas passarela que vai da estação de metrô até a portaria principal. O piso foi desnivelado, impossibilitando que os esportistas pratiquem no local, mas evitando também que os próprios funcionários tenham segurança ao caminhar. Várias quedas já foram registras.

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Gisele Coutinho – 14/1/2013

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