Pular para o conteúdo principal

Bancos privados puxam juros para cima em 2013

Linha fina
Pesquisa do Procon mostra que média geral caiu tanto no empréstimo pessoal quanto no cheque especial
Imagem Destaque

São Paulo – Os bancos privados tiveram as maiores taxas nos empréstimos e no cheque especial em 2013, aponta estudo divulgado pela Fundação Procon na quarta 8.

O Bradesco foi o campeão dos juros nos empréstimos e o Santander, no cheque-especial. Enquanto isso, a Caixa Econômica Federal cobrou as menores taxas nos dois serviços. De acordo com a pesquisa, essas diferenças chegaram a 72,78% na taxa de empréstimo e 133,56% na do cheque especial.

Houve redução da taxa média nas duas modalidades de crédito, ao comparar os dados de 2012. O empréstimo que custava 5,54% caiu e foi para 5,27% ao mês. Já o cheque especial baixou de 8,59% para 8,02%.

Ao aplicar taxas superiores à média, os bancos privados não permitiram uma redução maior dos juros. No cheque especial, por exemplo, Bradesco (8,83%), HSBC (9,85%), Itaú (8,78%), Safra (8,36%) e Santander (10,09%) ficaram acima da média (8,02%). Abaixo ficaram Banco do Brasil (5,91%) e Caixa Econômica Federal (4,32%).

Alta da Selic – O estudo mostra que o movimento das taxas médias de juros foi de estabilidade, no decorrer de 2013. Porém, houve altas progressivas nas duas modalidades de crédito, reflexo da alta da taxa básica de juros, a Selic.

De outubro de 2012 a abril de 2013, o governo conseguiu que a Selic permanecesse em 7,25% ao ano. A partir de então, teve seis aumentos consecutivos, atingindo 10%, em novembro de 2013.

Para a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, o governo federal tomou atitude correta quando reduziu a taxa Selic para o menor patamar da história e utilizou os bancos públicos para diminuir o spread bancário no Brasil. Mas, segundo a dirigente, “o lobby do setor financeiro reverteu esse movimento e a Selic já voltou ao patamar de dois dígitos, o que prejudica a geração de emprego e renda no setor produtivo do país”.

Sem justificativa – De acordo com Juvandia, os bancos privados reduziram de forma muito tímida os juros e quase não expandiram o crédito no ano passado. “Pelo contrário, preferiram fazer cortes de empregos para manter os maiores patamares de lucro da economia.”

O argumento dos bancos é o risco de inadimplência, lembra Juvandia. Segundo a presidenta do Sindicato, isso não justifica as elevadíssimas taxas: “Os dados do Banco Central mostram justamente o contrário. A taxa de inadimplência da economia brasileira caiu ao longo de 2013 passando de 3,7% para 3,1%. Nos bancos públicos a taxa é de apenas 1,9%, o que mostra que quanto menor os juros cobrados, menor também a chance de o cliente atrasar as contas”, afirma.


Mariana de Castro Alves – 9/1/2014

seja socio