São Paulo – Equipamentos de ar-condicionado quebrados fizeram o Sindicato fechar duas agências na terça 14, em São Paulo. Uma do Itaú, no centro da capital, e outra do Santander, no Bom Retiro, foram interditadas por apresentar falta de condições mínimas de trabalho, em dia em que a cidade registrou quase 30 graus.
> Vídeo: Sem ar-condicionado, bancários do Itaú e Santander param
“É como trabalhar numa redoma de vidro. É desumano”, afirma o dirigente sindical Marcelo Gonçalves, para se referir à situação das agências.
Cem parados – A agência do Itaú localizada na Rua Boa Vista, teve as portas fechadas durante todo o dia.
O Sindicato, que recebeu reclamação em 30 de dezembro, deu o prazo até a quinta 9 de janeiro para uma solução. Como medida paliativa, o banco comprou ventiladores e umidificadores, mas, devido ao porte da agência, o problema não foi resolvido. Assim, o Sindicato foi até o local e paralisou o atendimento.
A unidade, que atende diversos segmentos, conta com 100 bancários que trabalham em dois pavimentos, térreo e subsolo. “A disposição do prédio não permite circulação de ar, o que piora e deixa o ambiente muito abafado”, diz o diretor sindical Júlio César Silva Santos.
“Além de desmaios de funcionários e clientes por causa do calor, muitos apresentam problemas respiratórios por falta de manutenção dos aparelhos”, afirma.
“O Itaú, que investe tanto na área comercial, deveria investir mais nas condições de trabalho”, aponta o dirigente, que lembra que o problema acontece em muitas outras agências.
Com a paralisação, o banco enviou profissional de engenharia para verificar o sistema central de ar. O Sindicato deu novo prazo, até 16 de janeiro, para a retífica do equipamento.
“Estamos atentos e vamos cobrar”, afirma Júlio César.
Santander – A agência do Santander próxima ao metrô Tiradentes, com cerca de 20 funcionários, também permaneceu fechada o dia inteiro.
A interdição ocorreu porque o banco não tomou nenhuma medida para solucionar o problema do ar-condicionado, após abertura de chamados pelos empregados e alertas feitos pelo Sindicato.
A organização dos trabalhadores verificou as péssimas condições para o funcionamento do local: “Com o ar quebrado, foi detectado que o ambiente tornou-se insalubre, impossível de trabalhar”, afirma o diretor sindical Anderson Pirota.
“A situação é insustentável. Desmaios acontecem sempre. Uma gestante desmaiou recentemente”, conta.
Uma cliente parabenizou a ação do Sindicato: “frequento essa agência e não tem ar-condicionado há meses, que bom que vocês estão aqui!”.
Com a interdição, o banco mandou um técnico para tentar solucionar o problema. Entretanto, de acordo com Anderson, o equipamento instalado é obsoleto e, por isso, quebra constantemente.
Estamos de olho – A partir de denúncias, o Sindicato constatou, na terça 14, que agência da Caixa Federal da região do Bom Retiro também sofre com problemas no ar-condicionado. Além de calor excessivo no andar intermediário de unidade localizada na Rua da Graça, sindicalistas verificaram outros problemas nas condições de trabalho, como ratos e banheiros quebrados. Segundo o dirigente Marcelo Gonçalves, o Sindicato está cobrando providências.
Mariana de Castro Alves – 14/1/2014
Linha fina
Descaso de bancos com seus funcionários e clientes faz Sindicato exigir condições dignas de trabalho
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