São Paulo – Sem avanço nas negociações, os trabalhadores na Mercedes-Benz de São Bernardo do Campo decidiram continuar a greve, que nesta terça-feira 15 entrou no segundo dia. O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e a empresa discutem itens como reajuste salarial e participação nos lucros ou resultados (PLR).
A reportagem é da Rede Brasil Atual.
"A montadora não aceita incorporar o reajuste aos salários", diz o secretário-geral do sindicato, Aroaldo Oliveira, também funcionário da Mercedes. A fábrica produz caminhões e tem pouco mais de 8 mil trabalhadores. Segundo Aroaldo, os trabalhadores também querem rediscutir a forma de cálculo, para que se leve em consideração a exportação de alguns componentes.
A negociação tem mais impasses. O sindicato não aceita demissões de mensalistas (setor administrativo), que a montadora estaria planejando, porque há um momento de retomada da produção.
Os metalúrgicos querem ainda incluir um item no acordo coletivo de "salvaguarda" contra a Lei 13.467, de "reforma" trabalhista, para garantir que qualquer mudança tenha de passar por negociação prévia. E eles não aceitam a exclusão de uma cláusula sobre estabilidade de trabalhador acidentado.
Scania
Na quinta-feira 17, às 16h, os metalúrgicos da Scania, também em São Bernardo, fazem assembleia para avaliar proposta de acordo coletivo, que inclui PLR. Na semana que passou, o sindicato do ABC relembrou os 40 anos da greve na montadora, que iniciou um processo de retomada do movimento operário, ainda sob a ditadura.