Em entrevista, a presidenta do Sindicato e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, Neiva Ribeiro, fez um balanço detalhado da Campanha Nacional Unificada dos Bancários 2024.
Na entrevista, Neiva fala sobre quais foram as maiores dificuldades da campanha; as ameaças dos banqueiros, que queriam impor perdas, fragmentar a categoria, romper a mesa única e desrespeitar a data base; as estratégias do Comando Nacional para vencer os desafios; as mobilizações nas redes e locais de trabalho; as negociações; assembleias; e como os bancários, unidos e mobilizados, conquistaram a manutenção de todos os direitos, novos avanços e aumento real para 2024 e 2025.
Neiva também conta detalhes e curiosidades que só quem está lá, negociando cara a cara com os banqueiros, pode revelar.
Assista a entrevista completa no vídeo acima ou, se preferir, leia a transcrição dos principais trechos e assista aos cortes abaixo
Essa foi uma campanha desafiadora. Uma das mais difíceis dos últimos anos. Foram 14 rodadas de negociação. Dois meses e meio reivindicando na mesa com os banqueiros. Você pode dizer os motivos dessa dificuldade? Como a nossa pauta foi recebida? Quais as reações e o posicionamento dos banqueiros?
Neiva Ribeiro: Foi realmente uma das campanhas mais difíceis dos últimos anos. Eu creio que se deve à conjuntura que a gente está inserido, principalmente por conta da Reforma Trabalhista, que precarizou várias categorias e abriu espaço para terceirização irrestrita no nosso setor. E também uma série de desregulamentações dentro do sistema financeiro. Veio uma série de novos agentes como as fintechs, as cooperativas.
Somada a isso, a questão da ultratividade, que a reforma trabalhista tirou, que era a garantia de que a gente continuasse negociando o nosso acordo até chegar a um termo, com todas as cláusulas garantidas. Juntando também com a questão da competitividade dos bancos, que estão brigando para ter mais rentabilidade, reduzindo o custo.
Juntou todo esse cenário, mais a digitalização do trabalho, mais o fato de viver um momento, com menos agências, menos locais físicos e mais locais virtuais. Todo esse contexto trouxe uma dificuldade muito grande pra gente fazer a negociação e isso era usado o tempo todo para pressionar os trabalhadores na mesa de negociação, para que cedessem, desmontar nossa convenção, fatiar nossa convenção e desmobilizar as mesas únicas.
Foi uma vitória para nós termos saído unificados da mesa de negociação, sem nenhum direito a menos e ainda com mais 10 novas cláusulas na Convenção Coletiva, além do aditivo do BB e da Caixa, que também possuem vários pontos positivos, com várias coisas importantes pra gente discutir no futuro. A questão do Saúde Caixa, do equacionamento da Funcef, e como foi resolvido o problema no Banco do Brasil em relação aos caixas.
Na verdade, CCT e a mesa única envolvendo bancos públicos e privados. Sempre bom lembrar.
Neiva Ribeiro: Sim. Esse é o maior bem da nossa categoria. A gente tem uma mesa única. A gente conseguiu uma negociação unificada, bancos públicos e privados. É a maior negociação envolvendo empresas diferentes no Brasil.
A própria mobilização lá no Santander foi histórica. A ofensiva do Santander acabou revertendo a nosso favor. Afinal, a gente estava reivindicando pelo o que é justo. Você criar empresas, com CNPJs diferentes, no mesmo grupo, só para burlar o direito dos trabalhadores. Então, ficou muito ruim para o Santander.
Desse ponto de vista, foi muito importante, a nossa resistência foi muito boa. Nas atividades, nas paralisações parciais. A gente fez muita movimentação em uma rede social que depois deixou de existir, já mudamos para outra. Então, a nossa versatilidade, nossa capacidade de inovar é muito grande, é muito importante.
As cláusulas econômicas foram exaustivamente reivindicadas. Foram inúmeras as tentativas de se ter um aumento real para a categoria. Em que momento vocês do Comando Nacional perceberam que esse aumento não seria maior do que o que foi conquistado?
Neiva Ribeiro: Olha, na oitava rodada de negociação, lá no dia 21 de agosto, a gente começou a perceber a intenção deles de impor para nós uma perda, não repor a inflação total no nosso acordo.
Tinham bancos lá que tinham uma projeção, tinham feito um cálculo, de não repor a inflação por inteiro. Começamos a fazer as paralisações mais fortes, a dar sinais que a categoria tinha força para reivindicar, mas a gente não esperava que eles fossem tão agressivos.
A gente sempre colocou os números dos lucros e da rentabilidade, que foi muito alta, 15% é a média da rentabilidade do setor. Então, nós acreditávamos que a gente ia ter um embate pelo aumento real, mas a gente não achou que a gente ia começar a brigar pela questão da inflação.
Eles [banqueiros] faziam a conta para cada cláusula do nosso acordo. A cada cláusula do acordo eles colocavam um valor pra gente.
Olha, isso aqui custa tanto, isso aqui custa tanto. Vocês querem avançar no auxílio creche babá, que tal a gente tirar desse lado aqui? Que tal a gente perguntar pra categoria se eles querem, o que eles preferem? Um aumento maior no tíquete ou manter o auxílio creche babá? Então, em vários momentos eles [banqueiros] colocavam fórmulas para dividir a categoria. Óbvio, se você faz uma questão dessa, a tendência é que cada um vai escolher a reivindicação que tá apertando seu calo naquele momento. Então, a gente evitou o tempo todo que tivéssemos que chegar nessas escolhas, mantendo a Convenção inteira.
E a gente chegou muito perto de decretar uma greve. Mesmo arriscando as condições. A gente sabe que a greve é o último instrumento que o trabalhador utiliza em um conflito.
Você falou que faltou muito pouco para chamar a greve. Marcar a assembleia para avaliar uma proposta que ainda não existia, com aquele prazo, também foi uma tentativa do Comando de jogar pressão para o lado de lá e pressionar os banqueiros?
Neiva Ribeiro: Sim. Pressionar os banqueiros e preparar a categoria. A gente terminou a negociação do dia 30, que era para terminar no dia 30, a gente terminou no dia 31, mais ou menos duas da tarde nos bancos privados, no BB acho que por volta de duas e meia, três da tarde, e a Caixa só foi terminar no outro dia, domingo, uma da manhã. Depois que chegou a proposta que a gente achava que dava para defender nas assembleias, nós tivemos ainda um tempão para discutir a redação dos acordos, que foi outra negociação, outra luta.
Quando a gente chamou as assembleias, a gente não tinha chegado nem na inflação ainda. Então, a gente tinha uma premissa que era não sair da mesa sem aumento real. A gente dizia o tempo todo para a Fenaban que nós não tínhamos autorização da categoria para aceitar um acordo sem a reposição da inflação e sem aumento real.
Então, quando chamamos as assembleias, era sim para pressionar os bancos. Acreditamos que poderia melhorar o acordo na pressão que nós vínhamos fazendo.
Acho que a gente saiu no momento certo, fez a pressão certa e acho que foi bem encaminhado. A gente gostaria que tivesse chegado nos 5%, porque é o que nós merecemos, eles têm plenas condições, mas a correlação de forças e a forma como eles operaram, como eles pressionam para que essas leis que estão fragilizando o nosso contrato se concretizassem, é um risco muito grande para nós.
Então, a gente saiu no momento certo da campanha, saiu com um ganho real, o Banco do Brasil aumentou o teto da PLR para até 7 salários. Quase 15 mil trabalhadores vão ter mobilidade dentro das carreiras. Acredito que a categoria tomou a melhor decisão.
Apesar de todas as dificuldades já relatadas por você, a categoria manteve as cláusulas econômicas e todos os direitos na nossa Convenção Coletiva de Trabalho. E ainda avançaram em outros direitos. Quais foram esses direitos?
Neiva Ribeiro: Bom, pela primeira vez, a gente conseguiu colocar claramente na nossa Convenção Coletiva que nós temos uma cláusula de combate ao assédio moral, sexual e outras violências no trabalho.
Nós já tínhamos uma cláusula de prevenção de conflitos. Que os bancos chamavam de prevenção de conflitos e nós chamávamos de combate ao assédio moral.
São várias lutas, tem a luta do debate, de você convencer a colocar o direito na convenção, depois tem outra negociação que é como você escreve, que é algo muito complicado. E nós, apesar de termos conseguido chegar a um termo de que nós íamos fazer um canal de denúncias, os bancos iam sentar com o movimento sindical para ver as denúncias, para tomar atitudes para resolver os problemas de assédio, eles nunca tinham colocado claramente o termo assédio na convenção. Isso foi uma conquista muito grande, porque não é só simbólico.
Então, significa que nós ganhamos o debate, que eles finalmente se convenceram, não tem como esconder que, sim, existe assédio moral dentro dos bancos, tem assédio sexual, vide os casos que aconteceram na Caixa no passado, e que tem sim violências no trabalho, que a gente precisa combater, e o primeiro passo é você admitir que existem.
A questão da saúde, por exemplo, eles não querem admitir nenhuma correlação entre o adoecimento do trabalhador e as metas, que é uma luta que nós vamos ter que fazer, porque, embora todos os dados sejam favoráveis a nós, eles se negam a discutir isso, eles dizem que isso é uma estratégia do negócio e que eles não vão discutir isso conosco. Então, é uma luta muito grande para a gente fazer. No caso do assédio, a gente venceu essa etapa.
Então, temos uma cláusula que versa sobre combate ao assédio moral, sexual, violências no trabalho.
Conseguimos avançar na questão dos PCDs. Tem uma reivindicação muito importante dos PCDs, que é o abono do dia para consertar prótese, órtese, cadeira de rodas. Isso era uma coisa que há muito tempo o pessoal vinha reivindicando, a gente reivindicando, e os bancos não tinham essa sensibilidade. Dessa vez a gente conseguiu. Foi garantido este abono. Então, o grupo de PCDs que participa do sindicato está muito feliz. Primeiro é reconhecer a pauta, sair da invisibilidade, e depois clausular, como a gente fala, um direito que é importante.
A gente conseguiu uma vitória bem importante na questão das pessoas trans, que é um assunto super novo também para nós, porque a gente tem um grupo, nós temos no setor hoje mais de 500 pessoas trans.
Entre muitas outras.
Quais são os impactos da nova CCT na economia?
Neiva Ribeiro: O total recebido pela categoria, junto com a massa salarial anual, PLR, tíquete, vai injetar R$ 86,5 bilhões na economia. O impacto para a economia é muito importante, porque a nossa categoria está discutindo como pegar esse recurso para o conjunto da categoria, mas a gente vai injetar isso na economia, no comércio, enfim, pagando dívidas, né? Uma parte desse dinheiro volta para os próprios bancos, né? Mas faz a economia girar.
Só o impacto adicional, o resultado da negociação, é de R$ 12,7 bilhões. O reajuste de 4,64% representa um acréscimo anual de R$ 2,9 bilhões por ano. A massa salarial anual da categoria soma R$ 66,5 bi. Se a gente for falar só da PLR, em âmbito nacional, a PLR vai injetar só agora, em setembro, R$ 9,2 bilhões.
Os bancários vão viajar, vão comprar roupa, vão comprar remédio, vão pagar a dívida, vão pagar o banco. Vão fazer uma série de coisas que vão fazer a economia girar. Esse dinheiro que a gente conseguiu conquistar, esse valor, esse montante, ia ficar lá na mão do banqueiro se a gente não tivesse se organizado, lutado, reivindicado, feito toda uma campanha.
Essa campanha se tornou um ponto de transição. Por quais motivos?
Neiva Ribeiro: Bom, primeiro pela digitalização do trabalho. A gente está vivendo mudanças muito grandes depois da pandemia. Uma boa parte dos trabalhadores ficou em home office, experimentou o home office ou conseguiu trabalhar remoto. A digitalização do trabalho, as novas tecnologias, a robotização, o algoritmo, tudo isso tem influenciado o nosso setor, tem tirado emprego do nosso setor.
A terceirização, que trouxe esses entraves para nós, uma reforma trabalhista que permitiu a terceirização de atividades que antigamente não podiam ser terceirizadas, como está fazendo o Santander. Uma reforma que ataca os recursos das entidades sindicais, porque o tempo todo está colocando em risco essa questão de ter contribuição para as negociações, de ter recurso para o sindicato fazer a luta. Então, tudo isso é uma mudança de paradigmas.
Tem o impacto da expansão de novos agentes dentro do sistema financeiro, tem uma assimetria regulatória dentro do sistema, que permite que, por exemplo, um banco como o Nubank, que não tem agência, que não tem bancário, que não paga o mesmo imposto dos outros bancos, tenha uma alta rentabilidade, e os bancos querem seguir esse modelo.
Então nós temos que fazer uma luta muito grande pela regulamentação do sistema, para que as pessoas que trabalham no sistema financeiro sejam bancárias, estejam num acordo protegido, para que esses bancos também tenham a sua regulamentação, para que também não gere um risco sistêmico para a sociedade, na economia, e isso é uma mudança muito grande, porque a gente está vendo na prática todos os impactos da reforma trabalhista, e de um setor que está em transformação, que deixa de ser da agência de tijolo para a agência digital.
Porque os bancos querem lucrar cada vez mais, não querem cumprir seu papel social, querem vender produtos, querem cobrar metas abusivas dos trabalhadores. Isso causa adoecimento e eles [banqueiros] não reconhecem esse adoecimento. Esse adoecimento leva os trabalhadores para o sistema público de saúde. É um problema muito sério para a gente poder lutar nos próximos anos, tendo dois anos de respiro, porque a nossa convenção coletiva foi assinada por dois anos. Então, durante dois anos a gente tem todos os direitos da convenção coletiva, do ACT da Caixa, do ACT do Banco do Brasil, para poder fazer outras lutas.
Acordos assinados, quais são os próximos desafios? E as eleições?
Neiva Ribeiro: As eleições são um desafio muito importante para a classe trabalhadora. Se nós enfrentamos alguns entraves trazidos pela reforma trabalhista, muitos deles vieram do Congresso que os trabalhadores elegeram. Então, muitas vezes o trabalhador cobra o Sindicato em ter uma resposta para os problemas que ele está vivendo, mas ao mesmo tempo que ele cobra o Sindicato melhores condições de trabalho, ele vota no deputado que é contra os trabalhadores, que é contra a jornada de seis horas, que é contra a gente não trabalhar de sábado, que toda hora ameaça colocar projetos que fazem a gente ter que ir lá para Brasília cobrar, que não, nossa categoria não trabalha de sábado, nossa categoria tem uma jornada diferenciada, que nossa categoria tem um acordo coletivo acima da legislação, 85% das nossas cláusulas estão acima da legislação.
É muito importante que a gente tenha em consonância: se você é bancário de banco privado, não precisa ser só você, se você é bancário do Banco do Brasil e da Caixa, você não pode ser a favor da privatização. Você não pode votar em alguém que vai lá votar para privatizar a Caixa, o BB, o BNDES, como a Folha de São Paulo fez um editorial no meio da nossa campanha defendendo.
É muito importante que os trabalhadores olhem em quem eles vão votar, qual que é a plataforma. Se as pessoas que eles vão eleger defendem o sindicato forte. Não existe acordo coletivo forte sem sindicato forte. Não existe nenhum país do mundo desenvolvido que tenha leis fortes e que não tenha sindicato forte.
Então, é importantíssimo que os bancários e as bancárias olhem e comecem a olhar para as eleições municipais.
Nós estamos aqui em São Paulo, aqui nosso sindicato pega São Paulo e mais 14 municípios, mas vai ter eleições em todos os locais e a gente precisa eleger pessoas que estejam comprometidas com a nossa pauta. Se não, cada vez mais a gente vai dar força para os bancos, para que eles venham para cima do nosso acordo, para que eles precarizem nossas condições de trabalho, para que a gente ganhe o menor salário como eles gostariam, como eles colocaram muitas vezes lá, comparando nossa categoria a outras categorias que têm outra organização, que têm outra resistência, que têm outra forma de fazer sindicalismo.
Vamos olhar aí, e se você confiar, e espero que confie, vai lá ver quais são os candidatos que o seu sindicato apoia, porque com certeza vão ser aqueles que vão fazer a defesa do seu direito, do direito coletivo e do direito social. Outros vão defender só os bancos e as pautas que eles defendem.
Essa nova realidade imposta exige novas formas de se fazer sindicalismo?
Neiva Ribeiro: Acredito que sim. Porque a cada momento da nossa história, o mundo do trabalho vai mudando e os trabalhadores vão criando novas formas de organização. Se você olhar o nosso Sindicato, a gente tem 101 anos. Se a gente começa a ouvir as histórias dos nossos antecessores, sempre foi muito difícil organizar a categoria. Porque essa questão da luta de classe, ela permeia as relações de trabalho.
Mas é a luta coletiva que vai garantir direitos. Isso sempre foi muito difícil e eu acho que ao longo da mudança da organização do trabalho vão aparecer outras formas. Por exemplo, a lei da igualdade salarial é uma lei que foi inspirada e também tem muitas similaridades com a nossa mesa de igualdade de oportunidades.
Essa mesa tem 23 anos. Quando a gente começou a discutir isso, as pessoas ironizavam. Por que o Sindicato está discutindo a questão da desigualdade salarial entre homem e mulher? É óbvio que a mulher ganha menos porque ela tem filho, porque ela fica em casa, porque ela menstrua.
Por que o Sindicato está discutindo a questão de violência contra a mulher? A mulher apanha por quê? Porque em briga de marido e mulher ninguém mete a colher, não é isso?
Então, o Sindicato se meteu em todas essas questões. Ajudou a aprovar uma série de leis. Leis que estão sendo contestadas porque a disputa ideológica, ou civilizacional, é permanente.
Para finalizar a entrevista. Essa nova realidade também exige novas formas do Sindicato se comunicar?
Neiva Ribeiro: Sim, sempre. Nós, da categoria bancária, sempre fomos inovadores na comunicação.
Se você pegar a história do Sindicato, lá em 1923, quando teve a primeira Folha Bancária, era moderno ter um jornal. Nós chegamos a ter uma gráfica só para fazer muita publicação, porque a gente tinha muita demanda, precisávamos nos comunicar de forma rápida, e era o jornal que fazia isso.
Depois a gente foi para o site. A gente foi para as redes sociais. Rádio dos Bancários, a TVT. A gente está sempre buscando formas de conversar com os bancários, onde eles estiverem.
E a gente conseguiu bastante nessa campanha, através das redes sociais. Estamos em todas as redes: Facebook; Twitter, quando tinha; Blue Sky; Instagram; Tik Tok; WhatsApp, que é uma ferramenta poderosíssima.
A gente está o tempo todo buscando formas de se comunicar com a nossa base. Onde os bancários estiverem, o Sindicato vai estar também. Os bancários são o Sindicato. O sindicato não é um ente a parte. É um conjunto de pessoas que faz essa luta, que faz a defesa dos direitos. Então, a gente vai sempre buscar a melhor forma de se comunicar, vai achar formas novas.
E quem traz isso para nós é a própria categoria. Ela vai dizendo para nós a melhor forma de a gente se comunicar, a melhor forma de a gente se proteger, a melhor forma de a gente se blindar das fake news, de a gente se blindar das informações que o banco também solta de forma equivocada.
Então, o nosso Sindicato acredita muito na comunicação, investe muito na comunicação. Nós vamos ter muitas novidades por aí. A gente fez uma campanha muito boa de mídia com as ferramentas que a gente tinha. Com a ajuda dos bancários, que ajudam a expandir isso para além da nossa bolha.
A sociedade sabe da nossa campanha, a sociedade apoia, porque sabe o quanto os bancos lucram, sabe o quanto os bancários adoecem, e sabe o quanto os clientes ficam procurando uma agência para ser atendido. Então, a nossa pauta é muito bem aceita.
Tem uma parte que combate por outros interesses, mas a nossa comunicação é muito boa e vai melhorar cada vez mais.
Quer deixar algum recado para finalizar a entrevista?
Neiva Ribeiro: Eu quero agradecer muito a todos os bancários e bancárias, aos familiares de bancários, aos meus familiares, toda a galera do Sindicato. Porque é um sofrimento. Eu me lembro do dia que teve o problema lá no Santander. Minha mãe ficou desesperada. Tanto é que até hoje, se vocês olharem no Instagram do Sindicato, o vídeo está marcado com um aviso de cenas sensíveis.
Muita gente procura a gente, porque as pessoas conhecem a gente do dia a dia, conhecem a gente das visitas, conhecem a gente há muito tempo. E se preocupam mesmo com a nossa segurança, com a nossa integridade. É muito legal. Tem uma coisa muito curiosa: as pessoas que não gostam, elas se manifestam nas redes; e as que gostam, elas falam no privado. A gente recebeu muito mais mensagens de apoio, de solidariedade, de torcida, de estar junto, do que o que está na rede social.
Eu agradeço muito essas pessoas que estão com a gente, que entendem a nossa luta, que acreditam no Sindicato, que são sindicalizados, porque é importantíssimo o sindicalizado, a sindicalizada.
Aqui terminou uma campanha que foi muito vitoriosa, com todas as dificuldades, mas muitas mais virão e a gente fica muito feliz de ter o apoio, ter a solidariedade e ter a confiança de tanta gente bacana. Seja sócio!