São Paulo - As seis maiores centrais sindicais do país reúnem-se com representantes do governo federal nesta segunda-feira 19, às 17h, em São Paulo. A expectativa dos trabalhadores é que no encontro seja sinalizada a retomada do diálogo e a construção de uma mesa permanente de negociação.
A reunião acontecerá ainda sob impacto das medidas anunciadas pelo governo no final do ano passado, as Medidas Provisórias 664 e 665. A primeira altera o acesso à pensão por morte e ao auxílio-doença. A segunda, ao seguro-desemprego, abono salarial e seguro-defeso, pago a pescadores artesanais.
"As medidas incluídas nas duas MPs mencionadas prejudicam os trabalhadores ao dificultar o acesso ao seguro-desemprego com a exigência de 18 meses de trabalho nos 24 meses anteriores à dispensa, num país em que a rotatividade da mão de obra é intensa, bloqueando em particular o acesso de trabalhadores jovens a este benefício social. As novas exigências para a pensão por morte penalizam igualmente os trabalhadores: enquanto não se mexe nas pensões de alguns 'privilegiados', restringem o valor do benefício em até 50% para trabalhadores de baixa renda", afirmam as centrais, em nota divulgada na terça 13.
"As Centrais Sindicais condenam não só o método utilizado pelo Governo Federal, que antes havia se comprometido a dialogar previamente eventuais medidas que afetassem a classe trabalhadora, de anunciar de forma unilateral as MPs 664 e 665, bem como o conteúdo dessas medidas, que vão na contramão do compromisso com a manutenção dos direitos trabalhistas", acrescenta o documento.
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Além da CUT (Central Única dos Trabalhadores), estarão presentes dirigentes da Força Sindical, CTB (Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), UGT (União Geral dos Trabalhadores), CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros) e NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores). Pelo lado do governo, estão confirmados os ministros Miguel Rossetto (Secretaria-Geral da Presidência da República), Carlos Gabas (Previdência Social), Nelson Barbosa (Planejamento) e Manoel Dias (Trabalho e Emprego).
Manifestação - Além da ação nos gabinetes, as centrais vão às ruas em defesa dos direitos dos trabalhadores. Serão duas grandes mobilizações. O Dia Nacional de Luta em Defesa dos Empregos e dos Direitos em 28 de janeiro em todo o país e a Marcha da Classe Trabalhadora, em 26 de fevereiro, em São Paulo, com concentração na Praça da Sé.
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Redação - 16/1/2015
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Expectativa dos trabalhadores é de que seja sinalizada a retomada do diálogo e construção de mesa permanente de negociação
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