Pular para o conteúdo principal

Combate à inflação não deve ficar restrito a juros

Linha fina
Aumento da inflação atrapalha trabalhador e empresário, mas juros altos são remédio amargo e pouco eficiente, afirma coordenador do Dieese
Imagem Destaque

São Paulo – Em comentário à Rádio Brasil Atual, o coordenador do atendimento sindical do Dieese, Airton Santos, fala sobre os números consolidados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que fechou em 6,41% em 2014. O índice do IBGE é a medida oficial de inflação e baliza a política monetária do governo.

> Áudio: ouça a entrevista completa na Rádio Brasil Atual

Para Airton, tais números fazem acender uma 'luz amarela', pois, nos últimos anos, o índice se aproxima cada vez mais do teto da meta, de 6,5%, fixada pelo governo, além do histórico traumático de inflação em décadas passadas. "É algo que o governo deve se preocupar, e não só o governo como toda a sociedade."

O coordenador do Dieese explica que a inflação é uma anomalia do sistema econômico e prejudica trabalhadores e empresários. Para o trabalhador, "quanto maior a inflação, maior a corrosão do salário, menos ele pode comprar ao fim do mês na medida em que a inflação é alta" e "também não é bom para o planejamento das empresas porque não se tem ideia de precificação, de planejamento, portanto".

O governo já sinaliza preocupação e deve adotar políticas fiscais e monetárias de contenção, mas Airton espera que tais medidas não fiquem restritas à elevação das taxas de juros, pois já se mostraram insuficientes e ainda atrapalham o desenvolvimento do país.

"Taxas de juros altos levam a menos consumo e, por consequência, a menos investimento. Menos consumo e menos investimento induzem a menos produção e, por consequência, menos emprego", alerta Airton Santos.


Rede Brasil Atual - 12/1/2015

seja socio