São Paulo – Com os termômetros atingindo 35 graus e com a falta de consideração dos bancos, os bancários estão vivendo dias infernais no trabalho.
Só este ano, até 14 de janeiro, o Sindicato já recebeu 49 reclamações relativas a problemas em sistema de ar-condicionado. A falta de água também faz parte das queixas dos trabalhadores, o que piora a situação.
“Cobramos providências dos bancos e os bancários podem ajudar, denunciando ao Sindicato a falta de condições de trabalho”, afirma a dirigente Marta Soares.
Falta água – “Por conta da crise hídrica no estado, está faltando água e os bancos não estão fazendo nada para garantir as condições adequadas de trabalho. Só os trabalhadores olham uns pelos outros: tem agência do Itaú em que gerente está comprando água para garantir a abertura da unidade”, relata Marta. A queda no abastecimento compromete as condições mínimas de trabalho, como o uso dos banheiros.
“Estamos encaminhando carta às direções dos bancos, com cópia para a Fenaban, para exigir que atendam rapidamente os chamados de falta d’água feitos pelos responsáveis pelo setor administrativo das unidades e pelos trabalhadores dos locais afetados”, informa a dirigente.
“Também exigimos o fechamento da unidade de trabalho e a transferência, ou realocação, dos funcionários até o reestabelecimento do fornecimento de água, seja por intermédio da Sabesp, ou pela contratação de carros-pipa pelos bancos”, ressalta.
Desde o início da crise, em 2014, o racionamento foi admitido pela primeira vez pelo governador Geraldo Alckmin somente nessa quarta-feira, um dia depois de a Justiça negar a cobrança de multa a quem aumentar o consumo.
Falta refrigeração – Outro fator que tem transformado o trabalho bancário em um inferno é a falta de aparelhos de ar-condicionado.
No Itaú, por exemplo, a agência do Parque Novo Mundo está há mais de uma semana sem abrir as portas porque peças do sistema de climatização foram roubadas, pela parte exterior, em 5 de janeiro. A questão ainda não havia sido resolvida até o fechamento desta edição.
Funcionários do Banco do Brasil da Avenida Mutinga, no Jardim Maristela, estão à base de ventiladores, que não aliviam, assim como a unidade do Itaú da Aclimação, ambas com o ar-condicionado quebrado. Os trabalhadores do Itaú da Alameda Nothman, de Campos Elíseos, e da Avenida Liberdade, São Joaquim, também tiveram problemas.
Na Avenida Paulista, o prédio da Superintendência do Banco do Brasil está sem ar desde segunda-feira, e o banco Daycoval, desde dezembro.
Já o Itaú da Rua Conselheiro Moreira de Barros, Santana, está funcionando de modo capenga: com 50% de sua capacidade. Também usa metade da climatização o HSBC do Pico do Jaraguá, é o que apontam denúncias feitas ao Sindicato.
“Estamos cobrando caso a caso uma solução. Mas, a manutenção dos equipamentos de ar-condicionado deve ser feita durante todo o ano, de modo preventivo”, ressalta Marta. Vale lembrar que a falta de limpeza nos filtros e dutos causa o desenvolvimento de fungos e bactérias que podem causar doenças respiratórias, infecciosas ou alérgicas. “O cuidado com esses aparelhos evita doenças e males que podem afetar a saúde dos bancários. Com manutenção adequada, o banco poderia respeitar seus empregados e seus clientes. E também ganharia com redução no consumo de energia elétrica, por exemplo”, completa a dirigente.
Mariana Castro Alves – 14/1/2015
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São infernais as condições de trabalho em agências sem água e sem sistema de refrigeração; Sindicato cobra respeito e medidas efetivas
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