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Fórum debate condições de trabalho com a Caixa

Linha fina
Reunião regional é parte de projeto-piloto que discute com diferentes áreas do banco problemas das unidades. Plano de emergência e mais transparência são reivindicações
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São Paulo – Os trabalhadores consideraram importantes as discussões realizadas no Fórum Regional de Condições de Trabalho da Caixa, na quinta 29. Na avaliação do diretor do Sindicato Francisco Pugliesi, o Chico, o fórum “pode facilitar trâmites para resoluções concretas de questões de infraestrutura e outras que têm afetado os empregados”.

Os representantes dos trabalhadores apresentaram um rol de locais de trabalho com problemas de estrutura e segurança. Foram tratadas questões diversas como infiltração da rede de esgoto, falta de ar-condicionado, portas-giratórias quebradas e falta de pessoal.

“É uma oportunidade de buscar solução de problemas pontuais, debatendo diretamente e ao mesmo tempo com várias áreas da Caixa. Isso faz fluir a discussão”, diz Chico. Participaram gestores da Gipes (pessoal), Gilog, Giseg, Giret, advogado da Caixa e representante do SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho), além de dirigentes dos sindicatos de São Paulo, ABC, Mogi das Cruzes, Taubaté, Guarulhos e Vale do Ribeira.

Acordos e discordâncias – Se houve discordâncias, por exemplo, no que se relaciona à emissão da CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho), houve consensos entre trabalhadores e banco.

Entre os pontos de acordo entre trabalhadores e gestores da Caixa, a necessidade de que haja gerenciamento dos TVAs (termos de verificação de ambiência); mais empregados para Gilog (logística), Giseg (segurança) e Giret (retaguarda) e urgência de biombos para separar as baterias de caixas do restante da agência, independentemente de legislação municipal.

Entretanto, houve desacordo sobre a CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho). Representantes da Caixa afirmaram que a determinação é que seja emitida apenas quando o trabalhador solicitar e, ainda assim, somente depois de avaliação de médico que ateste que o trabalhador foi afetado.

Entretanto, os empregados insistiram: “A CAT deve ser emitida obrigatoriamente porque se trata da comunicação de um fato, já que o assalto é um acidente em si. Não há subjetividade nesse caso”, explica Pugliesi.

A CAT serve para os trabalhadores provarem perante a Previdência que adoeceram por conta das condições inseguras de trabalho, caso sofram alguma consequência física ou psicológica decorrente do assalto.

Reivindicações – Na reunião, que durou quatro horas, os trabalhadores reivindicaram plano de emergência e mais transparência.

“Cobramos um plano emergencial para os casos em que, por algum motivo, não há condições mínimas para abrir as agências. Por exemplo, a gente vive atendendo chamado de unidades sem ar-condicionado. Sem refrigeração, não tem a mínima condição. Se não é o Sindicato ir lá fechar, a agência funciona daquele jeito, com trabalhadores e clientes passando mal, desmaiando”, exemplifica. “Isso tem de mudar. É preciso que a Caixa se comprometa a estabelecer um plano de emergência que dê conta desses casos, mesmo porque eles sabem quantas agências podem dar problema”, afirma o diretor do Sindicato, destacando: “Queremos também transparência. Que nos tragam informações e que disponibilizem esse plano para a categoria.”

Apesar do fórum não ser deliberativo, são colocados prazos e estabelecidos compromissos de resolução das demandas. “Isso simplifica. Mas é nosso dever fazer funcionar de fato. E os empregados da Caixa devem continuar denunciando os problemas ao Sindicato. O recado foi dado: ou a Caixa garante condições de trabalho, ou as unidades continuarão a ser interditadas pelo Sindicato”, destaca Pugliesi.

Sobre a falta d’água de responsabilidade do governo estadual, representantes da Caixa assumiram o compromisso de marcar uma reunião específica sobre o tema.

O fórum nasceu de grupos de trabalho paritários que ocorreram até a Campanha Nacional de 2012, quando evoluiu para a forma de fóruns nacional e regionais. As reuniões regionais são feitas mensalmente. Já os fóruns nacionais, para onde serão levadas as questões por resolver, são quadrimestrais.


Mariana Castro Alves – 30/1/2015

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