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Inflação oficial fecha 2014 dentro da meta

Linha fina
IPCA terminou ano com variação de 6,41%, com impacto de preços de alimentação e habitação. Principais altas foram da carne e da energia elétrica. Comer fora de casa também pesou no bolso. Tomate caiu
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São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), referência oficial de inflação no país, teve variação de 0,78% em dezembro, acima de novembro (0,51%) e abaixo de igual mês do ano anterior (0,92%), Com isso, fechou 2014 com alta de 6,41%, taxa maior que a de 2013 (5,91%), perto do limite, mas ainda dentro da meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (6,5%). Segundo o IBGE, que divulgou os dados na manhã de sexta 9, os principais impactos vieram de custos com alimentação e habitação, que representaram pouco mais da metade (51%) do índice geral.

Apenas o grupo Alimentação e Bebidas, com alta de 8,03% em 2014, teve impacto de 1,97 ponto percentual. Com variação ainda maior, de 8,8%, Habitação correspondeu a 1,27 ponto percentual – esse grupo teve pressão, principalmente, da tarifa de energia elétrica, que subiu 17,06% no ano passado, após cair 15,66% em 2013.

Já a alta dos alimentos, que de acordo com o IBGE "vem sendo observada nos últimos anos", foi um pouco menor, passando de 8,48%, em 2013, para 8,03% Esse grupo representa quase um quarto (24,86%) do orçamento das famílias. Os preços aumentaram em todas as regiões pesquisadas, com destaque para Goiânia (10,69%) e para o Rio de Janeiro (10,02%). A menor variação foi apurada em Vitória (6,07%).

A variação da energia chegou a 28,76% na região metropolitana de Belém e a 28,18% em Vitória. Entre outros itens do grupo Habitação, o instituto destacou ainda a alta dos preços com artigos de limpeza (10,74%), mão de obra para pequenos reparos (10,02%), aluguel residencial (9,35%), condomínio (7,59%) e gás de cozinha (4,86%).

Dos alimentos adquiridos para consumo em casa (7,1%), vários produtos ficaram mais caros, em especial o item carnes, que aumentou 22,21% no ano passado, ante 4,57% em 2013. Foi o maior impacto individual do IPCA (0,55 ponto percentual). O preço da cebola, que havia caído 7,91% no ano anterior, subiu 23,61%. O arroz foi de -4,87% para 8,63% o café moído, de -5,45% para 6,60%. Subiram menos, entre outros produtos, as hortaliças (de 12,32% para 7,23%), frutas (de 18,96% para 6,41%) e o pão francês (de 15,11% para 6,11%).

Os alimentos consumidos fora de casa tiveram alta maior, de 9,79%. O item refeição fora, com variação de 9,96%, teve impacto de 0,50 ponto percentual. O cafezinho, que havia subido 11,78% em 2013, aumentou 11,96% no ano passado, enquanto os doces foram de 4,45% para 10,25%.

Alguns produtos ficaram mais baratos em 2014. Foram os casos, por exemplo, de farinha de mandioca (-31,48%), leite longa vida (-4,54%), óleo de soja (-2,83%), feijão carioca (-3,72%), tomate (-3,07%), feijão preto (-7,19%) e feijão mulatinho (-21,92%).

Cursos - A segunda maior variação entre os grupos foi de Educação, com alta de 8,45%. Segundo o IBGE, as mensalidades dos cursos regulares aumentaram 8,87% no ano, enquanto outros cursos, como idiomas e informática, subiram 8,09%.

Em seguida, o grupo Despesas Pessoais variou 8,31% em 2014. Os custos de serviços de empregados domésticos aumentaram 10,54%. Também pesaram no orçamento itens como hotel (10,42%), manicure (9,73%), jogos lotéricos (9,05%), cabeleireiro (8,39%), cigarro (7,2%) e serviços bancários (6,32%).

No grupo Saúde e Cuidados Pessoais (6,97%), a maior pressão veio do item plano de saúde (9,44%). O IBGE destaca ainda as altas dos preços de serviços médicos e dentários (8,88%), serviços laboratoriais e hospitalares (6,44%), artigos de higiene pessoal (6,25%) e remédios (4,93%).

A variação de 5,49% em Artigos de Residência teve influência dos aumentos de itens como eletrodomésticos (10,59%) e conserto de artigos de casa (10,01%). No ano, o item TV, som e informática recuou 5,55%.

As menores variação do ano foram dos grupos Transportes (3,75%), Vestuário (3,63%) e Comunicação (-1,52%). Transportes é o segundo grupo de maior peso no orçamento familiar (18,43%). As tarifas dos ônibus urbanos subiram 3,85%, com reajuste em sete das 13 regiões pesquisadas, e os combustíveis variaram 2,94% – a gasolina subiu 2,89% e o etanol, 1,97%. Os preços de automóveis novos aumentaram 4,62%, enquanto os usados caíram 2,1%. O conserto de automóvel teve elevação de 8,59%.

Nas regiões, o maior IPCA foi o do Rio de Janeiro (7,6%), com pressão de itens como empregado doméstico, refeição fora e aluguel residencial. O menor foi de Salvador (5,76%), com menor alta de alimentos. Na região metropolitana de São Paulo, que tem peso de quase um quarto na taxa geral, o índice variou 5,48% no ano passado.

INPC - O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) variou 0,62% em dezembro, acima de novembro (0,53%) e abaixo de dezembro de 2013 (0,72%). Com esse resultado, o indicador fechou 2014 em 6,23%, ante 5,56% no ano anterior.


Rede Brasil Atual - 9/1/2014
 

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