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Trabalhadores em defesa de empregos e direitos

Linha fina
Trabalhadores de todo o país vão às ruas em dia de luta, na quarta 28, contra medidas econômicas que atrapalham crescimento e para defender a Petrobras e a Caixa 100% pública
Imagem Destaque

São Paulo - O projeto que nos últimos 12 anos foi responsável pela criação de mais de 20 milhões de empregos, crescimento de 51,7% da renda média dos brasileiros e valorização real do salário mínimo em 76% precisa continuar.

Por isso, trabalhadores de todo o Brasil vão às ruas, na quinta 28, em Dia de Luta em Defesa dos Empregos e Direitos. O protesto, definido após o anúncio das Medidas Provisórias 664 e 665 – que compromete direitos como pensão por morte, auxílio-doença, seguro-desemprego, abono salarial –, ganhou força diante das mudanças apresentadas pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que elevaram a tributação sobre operações de crédito (IOF), cosméticos, combustíveis e produtos importados. Medidas que afetam diretamente os trabalhadores e o consumo e podem gerar queda na demanda e por consequência no nível de emprego no país.

Em São Paulo, o ato terá concentração no vão livre do Masp, na Avenida Paulista, às 10h. Estão previstas duas paradas: em frente aos prédios do Ministério da Fazenda – onde será entregue documento questionando todas essas medidas – e da Petrobras, em defesa da estatal que hoje é responsável por 13% do Produto Interno Bruto brasileiro.

Os bancários participarão fazendo assembleias nas agências da região e com protesto em frente ao prédio da Caixa, em defesa do banco 100% público.

“Vamos para as ruas defender o que é melhor para os trabalhadores. Crescimento com geração de empregos e distribuição de renda. A política que está sendo aventada pelo novo ministro da Fazenda coloca tudo isso em risco e ainda favorece quem ganha, por exemplo, com a alta de juros, os rentistas, os banqueiros. E isso não vamos aceitar”, ressalta a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira. “Se o governo precisa de mais recursos, pode taxar as grandes fortunas, produtos supérfluos e de luxo, aumentar impostos sobre jatinhos, por exemplo. Mas os trabalhadores, que promovem o desenvolvimento do país, não podem ser penalizados.”

A dirigente lembra que o movimento sindical lutou todos esses anos por um projeto de nação que busca a inclusão, um Estado forte para construir um país cada vez mais justo e igualitário. “Esse foi o projeto escolhido nas eleições e vamos para as ruas cobrar que seja colocado em prática.”

Centrais – As centrais sindicais, reunidas na segunda-feira 26, informaram que já foram confirmadas manifestações em Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Salvador. Trabalhadores rurais, sem-terra, sem-teto e estudantes, entre outros movimentos sociais, também devem participar dos protestos do dia 28.

Para CUT, Força Sindical, CTB, UGT, NCST e CSB, as medidas adotadas até agora prejudicam os trabalhadores, a economia do país e vão contra os compromissos assumidos durante a campanha eleitoral. Esse recado já foi levado ao governo, em reunião com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, Nelson Barbosa, do Planejamento, Carlos Gabas, da Previdência Social, e Manoel Dias, do Trabalho e Emprego. Um novo encontro será realizado no dia 3 de fevereiro.

O ato desta quarta é uma introdução a outros que têm por objetivo pressionar o governo e mobilizar a sociedade em defesa do projeto que venceu as eleições em 2014 e deve ser colocado em prática. A marcha da classe trabalhadora, por exemplo, já está marcada para 26 de fevereiro.

“O papel da CUT e dos movimentos sociais é empurrar para a esquerda. Não podemos ter retrocesso político ou econômico”, afirma o presidente da CUT, Vagner Freitas, lembrando que a Central promoverá, ainda, várias mobilizações no Congresso Nacional e na Esplanada dos Ministérios, a partir de 31 de janeiro, para receber os parlamentares que serão empossados e, também, acompanhar o início dos trabalhos do Legislativo para 2015. “Pretendemos conversar com os deputados e senadores sobre itens prioritários como o fim do fator previdenciário e para que o projeto de lei referente às atividades de terceirização não seja votado.”

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Cláudia Motta - 27/1/2015

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