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Crédito para o Brasil crescer

Linha fina
Governo anuncia em reunião do Conselho linhas de crédito para retomada do desenvolvimento; movimento sindical cobra redução da taxa de juro e investimentos que criem novos empregos sem redução de direitos
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Brasília – Crédito para a retomada do desenvolvimento do Brasil. Esse foi o principal ponto apresentado pelo governo federal na retomada do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CNDES), na quinta-feira 28, em Brasília.

A presidenta Dilma Rousseff voltou a reunir representantes dos mais diversos segmentos da sociedade para debater caminhos que levem o país a voltar a crescer.

Após a posse dos 92 integrantes do Conselhão, o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, anunciou a injeção de R$ 83 bilhões de crédito para revigorar a economia. Também foi confirmada a autorização do uso da multa e de parte do saldo do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) como garantia de crédito consignado para trabalhadores do setor privado demitidos sem justa causa. A expectativa do governo é de gerar R$ 17 bilhões de crédito com essa modalidade.

> Multa do FGTS pode passar a garantir consignado   

Para o crédito rural serão destinados R$ 10 bilhões e para o habitacional mais R$ 10 bi. Infraestrutura, com recursos do FI-FGTS, receberá outros R$ 22 bilhões em linhas de crédito. O capital de giro de pequenas empresas terá R$ 5 bilhões, via BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que também abrirá uma linha de crédito de R$ 15 bi para investimento em máquinas e equipamentos. Para empresas exportadoras serão liberados R$ 4 bilhões.

Conselhão – A 44ª reunião desde sua criação em 2003 – e primeira depois de ficar parado por dois anos –, teve início às 14h30 em solenidade no Palácio do Planalto. A presidenta Dilma Rousseff e o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, deram posse aos novos integrantes do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, no início da reunião que aconteceu a portas fechadas, no Palácio do Planalto. A presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, é uma das integrantes do CNDES.

> Leia editorial sobre o assunto na página 2 da Folha Bancária

Na pauta, intitulada de Caminhos para a retomada do Desenvolvimento, medidas que ajudem a combater a crise econômica. Wagner afirmou que a retomada dos trabalhos do órgão marca uma quebra de tabus e a formação do que ele chamou de “uma verdadeira escola de cidadania participativa”.

Para o ministro, as pessoas precisam ter coragem de abrir suas convicções e debater sobre os problemas do país, porque numa democracia, o mais importante para que se chegue a alternativas sólidas e de consenso é o confronto de ideias.

Deverão ser feitas quatro reuniões no ano, de acordo com Wagner, e a próxima será em abril.

Integrantes – O número de integrantes do Conselhão aumentou de 90 para 92, com respectivos suplentes. De acordo com o Decreto 4.744, que dispõe sobre a composição e o funcionamento do conselho, os conselheiros precisam ser cidadãos brasileiros, com maioridade civil, “de ilibada conduta e reconhecida liderança e representatividade”. Os mandatos são de dois anos, com direito a recondução.

Criado em 2003, na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tem como missão o assessoramento direto à Presidência da República na discussão das questões estruturantes para o país. Em 2008, o Conselhão teve papel fundamental ao apresentar proposta com medidas anticíclicas que ajudaram o país a resistir à crise econômica global.

Na atual composição foram renovados 70% do total de integrantes da composição anterior. São 47 vagas para empresários, 20 representantes dos trabalhadores e 25 de entidades e representantes da sociedade civil.


Cláudia Motta - 28/1/2016
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