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Ricardo Barros recua e respeita pleito na Fiocruz

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Após intensa mobilização às vésperas da virada do ano, comunidade científica obtém vitória sobre governo Temer. Será nomeada a primeira colocada nas eleições, Nísia Trindade
Imagem Destaque
Cida de Oliveira, da Rede Brasil Atual
4/1/2017


São Paulo – Diante da perspectiva de mais desgaste para o governo de Michel Temer (PMDB), o ministro da Saúde, Ricardo Barros, recuou na tarde de terça-feira 3 da sua decisão de nomear a segunda colocada na eleição realizada para a presidência da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vinculada àquele ministério.

Como acontece há 20 anos, os servidores da Fiocruz votam nos candidatos e o ministro confirma o resultado, nomeando o mais votado. Ricardo Barros, porém, anunciou na semana passada que nomearia a segunda colocada, Tânia Araújo Jorge, e não a primeira, Nísia Trindade.

A comunidade científica se mobilizou contra a decisão, com manifestações de diversas entidades, mesmo durante o feriado de fim de ano. Para resolver o imbróglio, o ministro chamou a Brasília as duas pesquisadoras, que deveriam conversar entre si e chegar a uma conclusão que deveria ser comunicada.

Oficialmente, Barros informou ter havido um "entendimento em torno da unidade” da instituição em um “momento de conciliação” para a polêmica sobre a sucessão na entidade. E que ele, Tânia e os demais integrantes da chapa vão participar da gestão de Nísia após uma “conciliação de interesses de união em torno dos objetivos propostos pela Fiocruz”.

Na terça-feira, deputados de diversos partidos se reuniram com o ministro. "Fomos cobrar respeito à eleição para presidente da Fiocruz. Queremos que prevaleça o resultado que apontou a pesquisadora Nísia Trindade e que ela seja nomeada", disse Paulo Teixeira (PT-SP).

> Deputados cobram nomeação de eleita na Fiocruz 

Segundo ele, o ministro criticou a atual gestão do órgão e se comprometeu a rever sua decisão. "Foi uma derrota para o governo a grande mobilização da comunidade em fim de semana que coincidiu com a virada do ano. Na verdade quem segurou esse processo foi o Palácio. Vários interlocutores levaram para o governo que a comunidade científica não iria aceitar."

Teixeira lembrou que o caso seria a gota d´água para os cientistas. Primeiro veio a extinção do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, com sua fusão à pasta das Comunicações e o rebaixamento de setores importantes, como a agência de financiamento de projetos Finep. Depois, os cortes no setor, que serão congelados pela Emenda Constitucional (EC) 95/2016.
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