São Paulo – Bancários realizaram, na manhã da sexta-feira 19, paralisações e ocupações na região da Avenida Paulista contra o desmonte do Banco do Brasil promovido pelo governo ilegítimo de Michel Temer. Dirigentes sindicais entregaram carta aberta à população em defesa dos bancos públicos e exigiram respeito à categoria e à população (clique aqui e baixe o seu exemplar).
A mobilização foi parte do dia nacional de luta em defesa do banco público. Em São Paulo, foram fechadas a Superintendência da Capital, que cuida da área negocial do BB; a Superintendência Administrativa, prefixo que o banco criou para centralizar na Diretoria de Distribuição Sudeste (Disud) a parte administrativa da Superintendência; além de agências no eixo da Avenida Paulista.
“A reestruturação do BB ceifou vagas em várias superintendências, vários colegas perderam comissão e alguns tiveram de vir para São Paulo, com prejuízo de mudar de local, deixar a família, ter um custo de vida muito maior”, ressalta João Fukunaga, representante na Comissão de Empresa e secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato.
Cadê a negociação? – No início da tarde, os bancários ocuparam o saguão do prédio da Disud, onde se encontrava o presidente do BB, Paulo Caffarelli. O grupo exigia a abertura do diálogo entre a direção do banco e os trabalhadores. A administração do condomínio, por sua vez, acionou a Polícia Militar para retirar os bancários do local.
“A gente vai continuar em luta não só para defender o Banco do Brasil dessa reestruturação, mas também pela derrubada da reforma trabalhista, que tanto prejudica os trabalhadores. Precisamos da participação de todos para que nossa luta seja fortalecida e nenhum direito seja retirado dos trabalhadores”, lembra Neiva Ribeiro, secretária-geral do Sindicato.
“É um dia nacional de luta contra a reestruturação que o BB implementou e mira o desmonte do banco. O processo dos escritórios digitais foi acelerado em velocidade maior que dos bancos privados, de forma a ceifar vagas dos gerentes personalizados, assistentes, escriturários e caixas. Muitos dos gerentes personalizados serão realocados para um lugar distante que é o Centro Empresarial São Paulo (Cenesp). Esse movimento de centralização prejudica o atendimento à população. O Banco do Brasil é público, é de toda a sociedade”, reforça Fukunaga.
Diálogo – Além das paralisações, os dirigentes também realizaram reuniões com os bancários em seus locais de trabalho para tirar dúvidas e esclarecer quanto aos malefícios desta nova reestruturação do BB, anunciada em janeiro.
“Estamos conversando com os colegas que estão sendo afetados por essa última reestruturação. Eles migrarão para o Cenesp, concorrerão a novas vagas, e as agências daqui ficarão com três ou quatro funcionários em média”, denuncia Fernanda Lopes, dirigente do Sindicato e bancária do BB.
“Apesar de a diretoria do banco dizer que esse atual programa de readequação de cargos será maravilhoso, a realidade é diferente, e isso está gerando muita insatisfação dos bancários”, acrescenta o dirigente Antonio Netto.
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