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Caixa nega demandas dos empregados em negociação

Linha fina
Caixa sinaliza que a precarização do trabalho será intensificada, assim como o encolhimento da atuação do banco no mercado, em uma nítida política de sabotagem à empresa pública; mobilização é fundamental para forçar mudança de postura da direção do banco com relação às demandas dos empregados
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Foto: Fenae

As negativas da Caixa para as reivindicações dos trabalhadores marcaram a rodada de negociações da mesa permanente entre a Comissão Executiva dos Empregados  (CEE/Caixa) e representantes da direção da empresa realizada nesta quarta-feira 15, em Brasília.

A pauta apresentada pela CEE/Caixa cobra o fim da reestruturação, a interrupção do processo de desmonte da empresa, a defesa dos direitos dos empregados e a defesa do Saúde Caixa para todos.

No dia 11, os empregados da Caixa, convocados pela Apcef e Sindicato, se reuniram em São Paulo, para debater os rumos do banco público, após novo modelo de reestruturação ser apresentado pela direção da Caixa em dezembro e que prevê extinção de algumas funções.

Antes de iniciar a negociação, a Comissão Executiva entregou à empresa uma revista do 35º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa (Concef), contendo as resoluções aprovadas por delgados de todo o país.

A representação dos trabalhadores protestou contra o fato de a Caixa ter apresentado aos Superintendentes, no dia 2 de dezembro, em Brasília, o modelo de reestruturação na rede, sem prévia discussão na mesa de negociações permanentes, atitude em flagrante desacordo com a cláusula 48 do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).

Reestruturação

A CEE/Caixa cobrou respeito à carreira dos trabalhadores e o fim das incertezas provocadas pelo anúncio aos Superintendentes, especialmente entre os empregados que exercem funções, algumas ameaçadas, inclusive, de extinção, caso das Gerente GOV/Social e de Tesoureiro. 

Para a Comissão, o processo verticalizado está vinculado também à segmentação que cria unidades para atendimento de perfis exclusivos e aprofunda a perda de mercado pela Caixa.

“Isso é sabotagem à empresa. É preciso preservar a capacidade de atuação da Caixa e essa segmentação é uma forma indireta de reduzir a rede atendimento”, afirmou Dionísio Reis, coordenador da CEE/Caixa.

Os representantes da Caixa responderam que as mudanças buscarão adequar a estrutura ao novo modelo de banco proposto pela direção, a partir de estudos que estão sendo feitos por um grupo de trabalho com a participação da rede. 

A empresa disse que suspendeu nomeações para funções já em preparação para reestruturação.

Em flagrante contradição, a Caixa nega mudanças drásticas, mas fala de um “estudo” para verificar se há “sombreamento” nas funções e promover uma revisão de atribuições.

Para a CEE-Caixa, não se trata de estudo, mas de uma restruturação que causa pânico entre os empregados e ameaça o banco público.
“É nítido que a capacidade de atuação competitiva da empresa pública no mercado está sendo atacada e isso faz parte do desmonte que temos denunciado. A função pública e social da Caixa visando o desenvolvimento econômico e social está sendo destruída e missão dos  empregados denunciar este processo à sociedade, pois a população e os empregados do banco serão os principais prejudicados”, afirma Dionísio.

Defesa dos empregados

A CEE/Caixa cobrou o fim das carreiras por minuto, caracterizadas como a precarização das funções de caixa, tesoureiros e avaliadores de penhor.  Em relação aos tesoureiros, os representantes dos trabalhadores questionaram qual o futuro da função, uma vez que está sendo ameaçada de extinção e não deve ser sucedida pela de GO.

A Caixa confirma que a política é de precarizar o trabalho, quando diz que não há a perspectiva de retorno da nomeação efetiva para as funções de caixa e de tesoureiro. Quanto aos tesoureiros, diz que aguarda o novo modelo de rede para buscar mais definições. Mas o problema é que o novo modelo prevê a extinção da função de tesoureiro.

A CEE/Caixa cobrou provimento ordinário das funções de caixa, tesoureiro e avaliador. E reivindicou também a valorização dos empregados que realizam o atendimento social, com manutenção da função de gerente e criação da função de assistente ou auxiliar voltado ao atendimento GOV/Social. A Caixa respondeu que analisará o assunto dentro do novo modelo.

GDP no PSI

A representação dos empregados manifestou discordância em relação ao modelo de PSI que prevê o uso da GDP como parâmetro e resulta na exclusão de empregados que retornam de licença médica e maternidade. A Caixa respondeu que, no caso de empregadas em licença maternidade, está sendo facultada a utilização da nota do ciclo anterior. E que os retornos de licença médicas serão caso a caso.

A CEE-Caixa cobrou o fim da GDP. A empresa disse que se trata de procedimento estratégico, e que será mantido.

Fim do Revalida

A CEE/Caixa denunciou a aplicação da Revalida e a representação da empresa assumiu que o mesmo nunca deixou de ser utilizado e continuará em vigor, como instrumento de gestão. 

PSI por Score

A CEE/Caixa considera que o modelo traz mais subjetividade ao processo, aumentando a discricionariedade no processo, reduzindo a transparência, abrindo mais espaço para injustiças e, mais uma vez, para ingerências. A Caixa disse que o processo está sendo construído e que o mesmo traz mais celeridade.

Bônus Caixa 

A CEE/Caixa defendeu o fim do Bônus Caixa e maior reconhecimento dos empregados. A Caixa diz que o bônus é aplicado de acordo com a estratégia da empresa, direcionado a determinadas funções, especialmente para aquelas responsáveis por “mobilizarem” (ou cobrarem) os resultados das equipes.

Jornada de trabalho

Sobre a cobrança de pagamento de horas extras para gerentes gerais e o fim de jornadas que extrapolem 44 horas semanais, a Caixa respondeu que não fará o controle da jornada dos gestores sob nenhuma hipótese. 
PCD’s

Questionada, a Caixa disse que “corre atrás” das condições de trabalho adequadas aos PCD’s e que resolveu todos os casos. A empresa nega também a ocorrência de demissões por falta de adaptação, mas admite que ocorreram 32 desligamentos de PCDs ainda em estágio probatório, entre 1867 recém-convocado.

Mais contratações

A Caixa afirmou que, após a contratação dos PCD’s, deu início à contratação de cerca de 800 empregados da ampla concorrência. A CEE-Caixa cobra ampliação dos contratações para fazer frente aos desligamentos feitos ao longo do ano, inclusive através de incentivos promovidos pela empresa.

Convênio Caixa/FUNCEF/INSS

A CEE/Caixa cobrou da empresa empenho no restabelecimento do convênio. A Caixa disse que está buscando alternativa e informou que conseguiu prorrogar o convênio até fevereiro para agendamento de perícias de empregados afastados.
Saúde Caixa para todos

A garantia do Saúde Caixa para todos foi defendida pela representação dos empregados. A Caixa respondeu que os dados do Saúde Caixa alimentarão um bando de informações, que será apresentado em breve ao Conselho de usuários e ao GT Saúde.

Para Dionísio Reis, a falta de respostas para as demandas os empregados reforçaram a distância entre os anseios dos empregados e as posições da empresa. “Os problemas só têm aumentado nos últimos anos. Os empregados encaram um cenário de incertezas com a piora das condições de trabalho e de saúde. Estão ficando doentes e a sensação é de ataques incessantes aos direitos. Os desafios são imensos, e a mobilização para forçar a mudança de postura da Caixa na mesa de negociação é essencial”, enfatizou.

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