A decisão da Caoa de não comprar mais a fábrica da Ford, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, caiu como uma bomba. Isso porque a expectativa era de que 850 funcionários fossem recontratados. Os impactos desse negócio que não se concretizou foram debatidos em encontro realizado 23, no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
A repórter Dayane Ponte acompanhou o evento em cobertura para o Seu Jornal, na TVT.
O governador de São Paulo, João Doria, prometeu, mas a compra da antiga fábrica da Ford pela Caoa não vai acontecer. A esperança era fechar acordo que recuperasse boa parte dos empregos perdidos. Mas na semana passada tudo foi desfeito. Depois que os ex-funcionários ficaram sem explicações, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC realizou ontem um encontro para esclarecer a situação.
“A semana passada foi de reuniões, nós tivermos com a Ford, com a Caoa, com o governador João Doria para entender o que estava acontecendo, e agora conversar com os trabalhadores aqui e passar tudo isso para eles”, afirma Adalto de Oliveira, o Sapinho, coordenador do comitê sindical da Ford.
“Ao mesmo tempo que a Caoa desistiu, também apareceram outros interessados na fábrica, e nós vamos falar para os trabalhadores, mas com um certo otimismo cuidadoso, porque o que aconteceu foi que com o Caoa não vingou”, diz Sapinho.
A Caoa demonstrou interesse pela fábrica da Ford no ano passado e apesar de não exigir isenções fiscais como incentivo para a aquisição da montadora, condicionou toda a negociação à aprovação da reforma da da Previdência. A reforma veio, mas os empregos prometidos não.
Débora Manuel da Silva, que atuava no setor de logística da Ford, ficou decepcionada. “A gente estava esperançosa com a Caoa e de repente veio a notícia de que nada ia dar mais certo. É frustrante”, lamentou.
O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC participou ativamente das negociações com a Caoa. Para o deputado estadual Teonílio Monteiro, o Barba, o governador errou ao anunciar a compra que ainda não estava definida. “O governo do Estado de São Paulo foi muito frouxo, ele quis anunciar a venda da Ford e a saída não era essa. Tinha que buscar uma negociação maior do que isso. A negociação com a Caoa, no meio do caminho, tentando buscar os benefícios do BNDES acabou não vingando”.
A expectativa do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e também dos ex-funcionários da Ford é que as empresas interessadas na compra dessa planta também respeitem as negociações que já estavam em andamento em relação às contratações de funcionários.
“Felizmente ainda temos montadoras internacionais: as três que têm interesse no parque industrial aqui de São Bernardo são chinesas. Então, isso nos dá um pouco de esperança ainda para que essa planta em algum momento volte a produzir e a criar emprego e renda para a região. O compromisso que havia com a Caoa entre os empregados que saíram, a definição salarial de convenção coletiva, ou seja, tudo o que fizemos com a Caoa queremos que a Ford repasse aos interessados antes que haja uma discussão entre nós e esses interessados. Espero que isso aconteça o quanto antes, afirma Rafael Marques, presidente do TID Brasil.
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