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Chapéu
São Bernardo

Metalúrgicos da Ford aprovam acordo sobre fechamento da fábrica

Linha fina
Parte dos trabalhadores poderá permanecer, com outro empregador. Será aberto plano de demissões, com programa de requalificação e apoio psicológico
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Foto: Adonis Guerra/SMABC

Trabalhadores da Ford de São Bernardo do Campo aprovaram, em assembleia realizada na terça-feira 30, acordo relativo ao fechamento da fábrica, previsto para o final do ano. Esse acordo inclui um plano de demissões, um programa de requalificação profissional e acompanhamento psicológico. Enquanto isso, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC continuará discutindo o processo de transição com o provável futuro comprador da unidade.

A reportagem é da Rede Brasil Atual.

"Nós vencemos a mais importante batalha nesta que é uma dura guerra pela manutenção desta fábrica no ABC. As condições asseguradas para o encerramento dos contratos com a Ford, neste cenário, representam uma vitória importante", afirmou o presidente do sindicato, Wagner Santana, o Wagnão.

"Nosso objetivo agora é garantir a manutenção da fábrica com novos proprietários, e que ela continue fabricando caminhões. As negociações estão acontecendo e nós vamos discutir com eles, no momento certo, as condições de trabalho daqueles que serão admitidos por esse novo patrão."

A fábrica da Ford em São Bernardo produz carros (Fiesta), além de caminhões. Atualmente, são pouco mais de 4.300 funcionários, entre diretos e terceirizados. A empresa anunciou o fechamento em fevereiro. Os metalúrgicos chegaram a ir aos Estados Unidos para conversar com a direção mundial, na tentativa de reverter a decisão. Como não foi possível, passaram a negociar condições de compra da fábrica e a situação dos contratos de trabalho.

O acordo prevê abertura de um plano de demissão incentivada (PDI), com valores que variam de 1,5 a 2 salários por ano trabalhado, para quem aderir. Segundo o sindicato, para o metalúrgico que participar do processo de seleção e for contratado pela futura empresa, o índice será de 1,5. Aqueles que não forem contratados ou optarem por sair em definitivo, o pacote terá dois salários como base. "O desligamento dos trabalhadores interessados em ficar na nova empresa só acontecerá após o processo de seleção. Caso a venda não se concretize todos receberão o valor maior", informa a entidade.

Wagnão ressaltou que o acordo agora aprovado – uma primeira versão havia sido rejeitada pelos metalúrgicos – é resultado de mais de 40 dias de conversas, incluindo a montadora, poder público e outras entidades. "E é resultado também da mobilização dos trabalhadores e do empenho dos representantes do Comitê Sindical na fábrica. Nenhuma negociação teria sido vitoriosa sem isso."

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