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Banco do Brasil

Cassi: atendimento sobrecarregado evidencia desmonte e má gestão

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Arte com o logo da Cassi sob um vidro quebrado

A fila de espera para o atendimento via telemedicina da Cassi vem acumulando diariamente mais de 400 pessoas, desde a semana anterior ao Réveillon. O tempo de atendimento tem demorado entre 12 e 15 horas, o que tem feito muitas pessoas desistirem e procurarem o pronto-socorro mais próximo.

Para piorar, a atual diretoria da caixa de assistência, cuja presidência tem profundo alinhamento com o governo Bolsonaro, não só informa que não há previsão para regularização da situação, como também joga a culpa pela sobrecarga de atendimento nos próprios associados.

O atual diretor de rede atendimento da Cassi, Luiz Satoru, divulgou um comunicado nos grupos eletrônicos de mensagens e redes sociais informando que “a telemedicina da CASSI está neste momento com uma grande sobrecarga de atendimentos, muito provavelmente por ‘algum relaxamento’ coletivo nas festas de final de ano”.

“É inaceitável ouvirmos daquele a quem os associados confiaram a administração da nossa caixa de assistência que somos os responsáveis pela demora no teleatendimento. Naturalmente, se esconde aí a falta de planejamento e má gestão”, afirma Juliana Carminato, dirigente sindical e membro do Conselho de Usuários da Cassi.

Carminato lembra que a atual diretoria eleita da Cassi, que sempre foi próxima à direção do Banco do Brasil, vem desmontando a Estratégia Saúde da Família – focada no acompanhamento médico periódico e contínuo do associado e de seus dependentes –, buscando, com isso, apenas a redução dos custos – ação essa desfavorável para o convênio médico e para o paciente –, ao invés de priorizar o tratamento inteligente com prevenção e saúde.

“A diretoria atual da Cassi vem desmontando as CliniCassis, parte central da Estratégia Saúde da Família, a fim de investir na terceirização da telemedicina, quando poderia ter destinado recursos neste serviço próprio aliado com a ESF, e expandi-lo emergencialmente, a fim de atender todo o contingente atualmente represado no atendimento”, pontua Ana Beatriz Garbelini, dirigente do Sindicato dos Bancários de São Paulo.

A Cassi ficou sob intervenção fiscal da ANS entre julho de 2019 e junho de 2020. Em novembro de 2019, o Corpo de Associados aprovou a nova proposta de reforma estatutária da Cassi, que foi elaborada com a grande participação das entidades de representação do funcionalismo, e que injetou cerca de R$ 1 bilhão na caixa de assistência, possibilitando a saúde financeira da entidade.

“Porém, é importante lembrar à atual diretoria da Cassi que não se pode ter apenas uma visão e orientação financista da caixa de assistência, mas o foco principal tem que ser a saúde e o bem-estar dos participantes”, afirma Priscilla Semencio, diretora do Sindicato de São Paulo e membro do Conselho de Usuários da Cassi SP.

“É mais do que urgente que haja gestão responsável e que se assegure o aprimoramento no atendimento adequado aos associados, no momento que requer muita atenção e cuidados, devido à pandemia atual. A telemedicina é muito boa ferramenta, mas precisa atingir seus efeitos dentro de uma política e administração mais abrangente que reforce a Estratégia Saúde de Família. Nesse momento, cobramos da atual direção da Cassi melhor gestão e atendimento aos participantes”, acrescenta a dirigente.

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