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Dia da Visibilidade Trans: Relatos da categoria reforçam luta pela diversidade e inclusão

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Dia da Visibilidade Trans: Relatos da categoria reforçam luta pela diversidade e inclusão

Neste 29 de janeiro, a luta contra o preconceito ganha ainda mais força com o Dia Nacional da Visibilidade Trans. A data foi escolhida como marco porque no mesma dia de 2004, no Congresso Nacional, foi realizado um ato nacional de lançamento da campanha "Travesti e Respeito". Essa campanha foi histórica para o movimento contra a transfobia, sendo posteriormente transformada em uma data de luta.

Na visão de Raissa Braga, mulher trans e bancária do Banco do Brasil, o dia de hoje é um convite para uma ruptura com concepções excludentes de família e de subjetividade, permitindo que as pessoas trans manifestem sua existência perante o mundo.

Junto com outros bancários e bancárias LGBTQIA+ do Banco do Brasil, Raissa tem lutado para que a inclusão e a diversidade sejam pautas cada vez mais presentes na instituição. A bancária recebe convites para falar sobre o tema no BB e tem trabalhado para garantir o respeito ao nome social em todas as instâncias do banco, direito assegurado pela Convenção Coletiva de Trabalho.

“Vejo que os avanços aconteceram no campo ideológico, em termos de letramento, considerações a respeito e a própria possibilidade de existir, ainda que em meio a diversas problemáticas. Porém, o que precisa ser feito é transpor o campo ideológico para o prático, intensificando as adequações, processos de seleções que considerem a questão de gênero e nome social, assim como aceleração dos processos internos para dar efetividade e legitimar a verdadeira inclusão e equidade”, analisa a bancária Raissa.

Raissa Braga é bancária do Banco do Brasil é atua em prol das políticas de igualdade e inclusão na instituição

"Minha luta é mostrar minha cara"

Sandra Regiane Rodrigues Freire é bancária do Bradesco, líder técnica de um squad onde é responsável pelo back-end do Next. Ela afirma contar com o apoio do banco enquanto mulher trans, mas ressalta que o setor financeiro ainda precisa avançar muito rumo à superação dos preconceitos.

"O mercado financeiro, assim como comércio e indústria, ainda nos enxerga com o pé atrás. Estão muito longe de abrirem suas portas totalmente. Esse é um trabalho que teremos que desempenhar aos poucos, galgando degraus e nos especializando mais", afirma Sandra.

"A minha luta no banco tem sido mostrar a minha cara. Mostrar que sou uma mulher trans e que sou capaz de desempenhar um cargo de liderança. Essa é minha luta: mostrar que as mulheres trans têm o direito de ocupar o espaço que nós ocupamos."

Sandra Regiane Rodrigues Freire
Sandra ocupa um cargo de liderança no Bradesco e reforça a importância da representatividade no setor financeiro

Uma luta interseccional

Dandara Marciano Licker é bancária do Itaú e avalia positivamente a atuação do banco na recepção e inclusão de pessoas trans. Em conjunto com o grupo de afinidade LGBTQIA+, Dandara mantém um diálogo constante no banco para que a pauta não fique limitada ao mês de janeiro.

“Buscamos fazer um recorte interseccional em momentos como o dia das mulheres ou da consciência negra. Então existe a preocupação de ter uma integralidade para que a pauta não se limite a janeiro. Também fazemos o trabalho de letramento e temos estruturado políticas de integração para que fiquem institucionalizadas”, relata Dandara.

”As pessoas no mercado financeiro são majoritariamente brancas. Então, as pessoas trans negras são ainda mais minoria e normalmente elas são as únicas em seus locais. A gente tá entrando agora no mercado financeiro e essa entrada é fundamental porque hoje muitas pessoas trans não têm acesso a banco enquanto clientes. Essas pessoas ainda enfrentam muitos problemas com seus documentos e para ter acesso a um serviço digno, em que cheguem na agência e sejam tratadas com respeito. Então, quando não temos pessoas trans trabalhando nas instituições financeiras, isso dificulta muito o acesso para que pessoas trans sejam clientes também.”

Dandara Marciano Licker
Dandara é bancária do Itaú e busca garantir um perfil interseccional para a luta das pessoas trans

Bandeira histórica do Sindicato

O Sindicato dos Bancários de SP apoia a comunidade LGBTQIA+ em suas bandeiras de luta e, neste 29 de janeiro, ressalta sua atuação em defesa das pessoas trans. Diego Carvalho, coordenador do coletivo LGBTQIA+ do Sindicato, ressalta as conquistas e a atuação permanente da entidade.

"Na última Campanha Nacional, conquistamos a garantia do uso do nome social nos crachás e nos sistemas dos bancos, independentemente se a pessoa não teve este direito reconhecido ainda pelo Estado. No decorrer das negociações, conseguimos abrir outros debates que renderam compromissos importantes. Um deles é o de respeito ao uso do banheiro adequado e o outro valoriza a empregabilidade e a ascensão profissional das pessoas trans", explica o dirigente.

"Já tivemos experiências positivas de cotas para pessoas trans no mercado financeiro, como no caso do banco Banrisul, que ofereceu 1% das vagas totais como cota e viu 4% delas sendo preenchidas por pessoas trans, ou seja, a maior parte delas sequer precisou utilizar a reserva. Isso mostra que não faltam pessoas trans qualificadas, elas só precisam de apoio e incentivo."

Diego Carvalho
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