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Bancários levam 400 cruzes na Paulista denunciando demissões no Santander

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O coração financeiro de São Paulo, a Avenida Paulista, mudou de imagem nesta segunda-feira, 9 de fevereiro, quando 400 cruzes foram espalhadas pelo canteiro central e calçadas, simbolizando cada uma das demissões do banco Santander, realizadas no mês de janeiro.

Em marcha fúnebre os manifestantes caminharam pela calçada da Avenida para denunciar, às milhares de pessoas que passam pelo local, como o banco espanhol tem agido no país.

No protesto, os trabalhadores reivindicaram o fim das demissões, a retomada das negociações com resultados e respeito à ação sindical. "O Santander que acaba de anunciar crescimento nos lucros, tem de manter os empregos, principalmente neste momento de crise, e respeitar os trabalhadores. Lutar por emprego não é crime, como o banco quer tratar. Vamos manter as mobilizações até que nossas reivindicações sejam atendidas", disse Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

Há seis meses representantes dos bancários e da direção do banco negociavam alternativas às demissões, mas alegando uma decisão do grupo na Espanha, o banco desrespeitou o processo, demitiu centenas de trabalhadores e interrompeu as negociações. Pior ainda, na semana passada tentou impedir a paralisação dos bancários do Centro Administrativo Santander (Casa 3), acionado a polícia. Dois dirigentes sindicais foram levados à delegacia. O banco tentou fazer com que eles fossem presos, mas após a apuração dos fatos, todos foram liberados.

"Os bancários não vão se intimidar. As mobilizações continuam. Os trabalhadores não são responsáveis pela crise financeira, mas são responsáveis pelo lucro bilionário do Santander", disse Rita Berlofa, funcionária do Santander e diretora do Sindicato.
Até agora o presidente do banco espanhol no Brasil, Fábio Barbosa - que é capa de umas revistas de negócios, com a seguinte manchete: Ele é indispensável. E você? -, até agora não respondeu a carta do Sindicato cobrando uma negociação. Os trabalhadores vão procurar o presidente Lula para cobrar respeito aos empregos dos trabalhadores brasileiros.

"Se o presidente Lula recebeu Emílio Botin poderá receber também os trabalhadores. Apesar da crise, o Santander celebrou crescimento de lucro e não tem motivo para demitir seus trabalhadores", disse Marcolino, que orienta os bancários a se manterem informados sobre as iniciativas do Sindicato e os convida para participar das mobilizações.
 
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