Os bancários do Santander realizam nesta segunda-feira, 9, ato na Avenida Paulista, em protesto pela suspensão das demissões, pela retomada das negociações com resultados e em repúdio à prática antisindical do banco espanhol.
A concentração se dará no Vão Livre do Masp, a partir das 10h, quando dois grupos de bancários seguirão um para cada lado da Paulista, distribuindo pelo canteiro central 400 cruzes que representam cada uma das demissões do banco, realizadas no dia 15 de janeiro. Às 12h, os bancários reúnem-se em frente a matriz do banco Real, na altura da estação Trianon-Masp do Metrô, para realização do ato.
Há seis meses representantes dos bancários e da direção do banco negociavam alternativas às demissões, mas o banco desrespeitou o processo, demitiu centenas de trabalhadores e interrompeu as negociações.
Os bancários querem uma reunião com o presidente Lula para discutir o assunto. "Se o presidente Lula recebeu Emílio Botin poderá receber também os trabalhadores. Apesar da crise, o Santander celebrou crescimento de lucro e não tem motivo para demitir seus trabalhadores. Os bancos deveriam manter os empregos, ampliar o crédito e contribuir assim para o crescimento do país", disse Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. A entidade também encaminhou nesta semana uma carta ao presidente do Santander no Brasil, Fábio Barbosa, cobrando respeito aos trabalhadores e a retomada das negociações, mas até agora não obteve resposta.
Lucro - O grupo Santander anunciou na quinta-feira, 5, novo recorde de lucratividade. No mundo, o banco ampliou seus ganhos recorrentes em 9,4% e, só no Brasil, o grupo espanhol expandiu seu lucro em 3,68%, fechando 2008 com lucro líquido consolidado de R$ 1,581 bilhão no país.
Violência - Os bancários do Santander paralisaram as atividades no Centro Administrativo Santander (Casa 3), na avenida Interlagos, contra as demissões, na última terça-feira, 3. Em assembléia os bancários decidiram estender o protesto até às 18h. A votação foi feita com cédulas e a apuração mostrou que mais de 90% das pessoas decidiram pela manutenção do ato no local, onde trabalham 1.800 bancários.
O banco, no entanto, não quis respeitar a decisão dos trabalhadores e chamou a polícia para forçar a abertura do local. Diante disso, o ato legítimo e pacífico dos bancários foi transformado em tumulto. Dois dirigentes sindicais foram levados para a delegacia. Após a apuração dos fatos eles foram liberados.
Negociações - As negociações giram em torno de três eixos na busca pela preservação dos empregos. Os bancários cobram a utilização efetiva do Centro de Realocação / Venha Trabalhar na Rede, programa em que os bancários que trabalham na área administrativa se inscrevem para serem transferidos para as agências. O programa conta com 500 adesões, mas apenas 50 delas resultaram em transferência.
Os bancários também reivindicam a criação de um programa de incentivos financeiros aos aposentados em atividade no banco ou em condições de aposentadoria, como a extensão de planos de saúde e vale-alimentação, por um prazo determinado.
Outro ponto discutido é o estabelecimento de licença remunerada aos bancários em período pré-aposentadoria.
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