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Voto contra forma de distribuição dos lucros

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Em assembleia geral extraordinária de acionistas do Santander, representantes formalizaram contrariedade
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São Paulo - O Sindicato e a Afubesp, acionistas do Santander, votaram contra a forma de distribuição dos lucros do ano passado proposta pela direção do banco durante Assembleia Geral Extraordinária (AGE). O voto foi apresentado em separado. Estiveram presentes também os dirigentes sindicais Camilo Fernandes, Vagner Cabanal e Maria Rosani, todos na qualidade de acionistas do banco.

> Leia a íntegra do voto em separado

A referida AGE, realizada na sexta 15, foi convocada para deliberar sobre a proposta de outorga dos planos de bonus referente 2012 para administradores, empregados nivel gerencial e outros funcionários da cia e de sociedades sob seu controle, conforme aprovado no Conselho Administrativo em reunião realizada no dia em 19 de dezembro do ano passado.

Voto - Dentre os principais motivos que levaram à decisão está a elevação de 30% com as despesas de PDD (Provisão para Devedores Duvidosos) no ano apesar da inadimplência não passar de 5,5%. Foram comprometidos com PDD R$ 14,991 bilhões de sua receita, R$ 3,5 bilhões a mais que em 2011.

A medida impacta diretamente na PLR (Participação nos Lucros e Resultados) dos funcionários, pois ela mascara o balanço, jogando para baixo a base de cálculo do pagamento. “O aumento da provisão entra como despesa", explica Maria Rosani, diretora-executiva do Sindicato.

Bônus a executivos - Além do provisionamento elevado, os representantes dos trabalhadores argumentam também, no voto, que os executivos estão imunes à oscilações do sistema financeiro quando o assunto é o recebimento de bônus. O formato é sempre o mesmo para eles.

"Se tem algum problema no sistema financeiro a culpa é dos banqueiros e não dos trabalhadores. Portanto, a conta tem de ser paga por eles e não pelos trabalhadores", reforça Maria Rosani, que acrescenta. "Na Espanha, a família Botín e um grupo seleto de seus amiguinhos, irá receber 160% do lucro, enquanto a maioria das empresas pagam em torno de 20% a 40%. Isto é muito ruim e preocupante, considerando a crise no sistema financeiro da europa e no mundo", revela.

A diretora executiva do Sindicato lembra, ainda, que os trabalhadores brasileiros precisam ser mais respeitados, pois eles são os responsáveis pelos lucros do banco no país. Lucro esse que, em 2012, representou nada menos do que 26% de tudo que o banco ganhou no mundo.


Redação - 18/2/2013

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