São Paulo – “50 anos depois, agenda do Itaú ainda trata golpe como ‘revolução de 1964'”. Esse é o título do artigo publicado pelo jornalista Mário Magalhães, em seu blog (leia aqui).
“Incrível, a julgar pela agenda 2014 distribuída pelo Itaú a clientes, é que o tempo pareça ter congelado. No dia 31 de março, a agenda registra o aniversário da revolução de 1964”.
O jornalista lembra que “Não constitui novidade histórica a intensa participação dos banqueiros e seus bancos privados no golpe de Estado que depôs em 1964 o presidente constitucional João Goulart. Nem o financiamento do aparato repressivo de tortura, morte e desaparecimentos forçados, por parcela expressiva de donos de instituições financeiras, nas décadas de 1960 e 70”.
E continua: “Como reconhecem as consciências dignas, não houve uma “revolução'' meio século atrás, e sim um golpe desferido com as armas da sociedade golpista entre segmentos militares e civis, como os banqueiros (alguns viraram ministros)”.
Magalhães destaca que “Revolução'' é a palavra consagrada para descrever a ditadura por marechais e generais como Castello Branco, Costa e Silva, Médici, Geisel e Figueiredo, “os presidentes-ditadores do ciclo encerrado em 1985” e “torturadores como o delegado Fleury, o policial Borer e o então major Ustra – este, vivo, fala até hoje”.
A pedido do blog, o banco se pronunciou: “O Itaú Unibanco informa que a agenda distribuída aos clientes conta com informações sobre datas relevantes ao longo do ano. O banco é apartidário e, em hipótese alguma, pretende defender uma posição política no conteúdo entregue aos correntistas”.
Banco do Brasil – O Banco do Brasil também já deu suas “escorregadas”. Em julho de 2012, o Sindicato realizou ato em repúdio ao trecho de uma apostila do curso de formação de segurança do BB, que distorcia e criminalizava a luta realizada pelos movimentos de esquerda no combate à ditadura militar.
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Redação - 13/2/2014
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