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Bancários do Safra proibidos de programar férias

Linha fina
Banco também faz cálculo errado para apurar valor do adicional noturno. Sindicato reivindica que empresa corrija irregularidades
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São Paulo – Os funcionários do Safra estão indignados com as novas medidas impostas pela direção do banco que estabeleceu de forma unilateral que os trabalhadores só podem tirar férias nos meses de dezembro, janeiro e junho.

De acordo com a secretária-geral do Sindicato, Raquel Kacelnikas, o Safra já foi cobrado, durante reunião no início de fevereiro para que retirasse a determinação. Nesse encontro, os dirigentes deixaram claro que a medida prejudica a rotina de vários trabalhadores, pois muitos buscam “casar” seu período de férias com as escolares dos filhos, por exemplo. “Os funcionários dedicam grande período do ano ao trabalho e aguardam as férias para ficar um pouco mais com os filhos, pais, amigos. Em que pese a marcação de férias ser prerrogativa do empregador, sempre imperou o bom-senso nesse momento”, afirma.

De acordo com a dirigente sindical, outro problema levantado pelos bancários é que haverá grande ausência de funcionários nesses três meses, fato que acarretará sobrecarga de trabalho a quem fica.

Adicional noturno – Outro assunto, discutido na reunião foi o pagamento do adicional noturno aos funcionários das áreas de segurança, CPD e compensação. Esses trabalhadores foram surpreendidos com a nova metodologia de pagamento dessa verba, pois apesar de serem contratados como mensalistas, no momento do cálculo de pagamento do adicional foram considerados horistas.

“Essa mudança é ilegal, pois houve desrespeito ao contrato de trabalho. Quando o cálculo é feito por hora não é considerado o descanso semanal remunerado. Ou seja, diminui o valor a ser pago ao funcionário, refletindo-se também no recolhimento do fundo de garantia, no calcula das férias entre outros”, ressalta Raquel.

Mesa de crédito – Também foi discutida na reunião a situação dos bancários lotados em mesa de crédito, os quais alegam não mais terem folgas durante a semana. Descansam apenas no sábado e já são escalados para trabalhar no domingo.

Os trabalhadores também afirmam sofrer assédio moral para cumprir metas abusivas. Quem não as atinge tem de explicar por escrito o motivo do não cumprimento. Além disso, as justificativas são repassadas para os demais funcionários da área.

“Deixamos claro que o banco tem de rever a escala dos funcionários e que não admitimos o assédio moral”, relata a dirigente. “Orientamos os bancários a denunciar os gestores responsáveis por essa pressão descabida para que cobremos medidas do banco contra esses abusos.”

As denúncias devem ser feitas por meio do instrumento de combate ao assédio moral do Sindicato (clique aqui).

Os interlocutores do Safra comprometeram-se a resolver todas as questões apresentadas pelo Sindicato, mas nada fizeram. “Temos apurado que essas pendências persistem. O que é um absurdo, pois se o Safra lucrou R$ 1,35 bilhão no ano passado foi em função do empenho de seus funcionários”, diz Raquel.


Jair Rosa - 17/2/2014

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