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Itaú justifica demora em conserto de ar-condicionado

Linha fina
Sindicato cobra agilidade para acabar com pesadelo de bancários e clientes diante da alta temperatura na cidade. Funcionários devem denunciar problemas
Imagem Destaque

São Paulo – Demora na entrega de peças para conserto dos aparelhos de ar-condicionado, oscilação de energia, falta de abertura de chamados de manutenção, altas temperaturas e até vandalismo estão entre as “justificativas” do banco Itaú para o pesadelo que funcionários e clientes vivem em agências de São Paulo, Osasco e região.

Das 208 reclamações de bancários sobre falhas nos aparelhos desde o início do ano, 83 denúncias são de problemas em agências do Itaú.

“Um exemplo claro na demora em resolver o problema é o caso de uma agência na região central”, destaca a dirigente sindical da Fetec/CUT-SP Valeska Pincovai. Desde o dia 4, a unidade do Largo Santa Cecília tem falhas na refrigeração. O Sindicato fechou a unidade todos os dias, e nesta quinta-feira 13, quase 10 dias depois, uma equipe de técnicos finalmente solucionou o problema.

Esse foi um dos casos levados ao conhecimento do banco na reunião da quinta-feira 13 entre dirigentes sindicais e representantes do departamento de relações sindicais do Itaú. “O responsável pela área de manutenção do banco apresentou o que consideram justificativas, mas o bancário que tem metas diárias para cumprir e está passando mal dentro do local de trabalho insalubre não pode levar em conta que seu pesadelo foi causado por vandalismo ou por conta da oscilação de energia”, ressalta Valeska.

A dirigente lembra que em 2013 os trabalhadores enfrentaram o mesmo problema e que o banco deveria ter se organizado e garantido manutenção preventiva para o verão. São Paulo registra as maiores temperaturas dos últimos 70 anos. A semana vai chegando ao fim com os termômetros ultrapassando mais uma vez os 30ºC. “Os problemas de 2013 mostram o quanto era fácil prever o que seria o próximo verão”, reforça a dirigente sindical.

Durante a reunião o banco informou que algumas peças dos equipamentos, como a serpentina, espécie de evaporador do aparelho, demoram cerca de 40 dias para chegar. “A contratação de empresas de manutenção eficientes é responsabilidade do banco. Se o local não tem condições de trabalho para os bancários nós vamos protestar e denunciar. O banco não pode culpar os próprios funcionários, informando que muitos desregulam os equipamentos enquanto tentam ajustar a temperatura”, critica Valeska. “Essa não é a função deles, o que precisam é de orientação. Já não basta tanta meta para bater e o ritmo estressante de trabalho, ainda tem de entender sobre ar-condicionado? É o funcionário mil e uma utilidades.”

O banco informou que comunicou gerentes operacionais sobre como operar o equipamento de ar-condicionado em dezembro e em janeiro e que enviará novamente a orientação.

Os dirigentes sindicais reforçaram a solicitação do Sindicato aos principais bancos, que liberem o uso de paletó e gravata para os bancários nos dias em que as temperaturas estão muito altas. O banco irá analisar a reinvindicação.

Zona leste – O calor dentro de uma agência da zona leste expôs clientes ao risco, enquanto esperavam em fila na entrada da agência. O acesso era de dez pessoas por vez.

“Vamos estar onde for preciso para defender a saúde do trabalhador. Orientamos que os bancários informem ao setor de manutenção, conforme orienta o Itaú, e em caso de demora de retorno do banco denunciem ao Sindicato.”

Sipat – Na mesma reunião o banco realizou uma breve apresentação sobre a Semana Interna de Prevenção a Acidentes do Trabalho (Sipat) na versão eletrônica, alvo de protestos recentes do Sindicato. Os dirigentes propuseram que esse debate seja levado aos outros representantes sindicais do Itaú, assessores, médicos e técnicos da área de saúde. A reunião sobre o tema será agendada.

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Gisele Coutinho – 13/2/2014

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