São Paulo – A inflação no município de São Paulo, medida pelo Índice do Custo de Vida (ICV) do Dieese, teve variação de 2,25% em janeiro, a taxa mais alta desde igual mês de 2003 (2,93%). Preços de combustíveis, tarifas de transportes, cursos, alimentos e cigarros, entre outros itens, pressionaram o ICV no primeiro mês de 2015. Em 12 meses, a taxa está acumulada em 7,05%.
Segundo o instituto, que divulgou os resultados na terça 10, a inflação em São Paulo pesou mais para famílias com menor rendimento. No estrato 1, o ICV teve variação de 2,55%, no 2 (intermediário), de 2,41%, e no 3, que concentra famílias de maior poder aquisitivo, de 2,11%.
Cinco grupos contribuíram com quase todo o índice de janeiro (2,2 pontos percentuais): Educação e Leitura (6,67%), Transporte (5,13%), Despesas Pessoais (3,85%), Alimentação (1,78%) e Habitação (1,03%). Individualmente, os cursos formais tiveram alta de 8,67%, o álcool variou 2,97%, a tarifa de água subiu 6,5% e a de gás de rua, 1,11%, enquanto o botijão registrou aumento de 4,29%. Também aumentaram os preços das tarifas de ônibus (13,76%) e de metrô (17,1%).
Entre os alimentos, o Dieese apurou alta em todas as hortaliças pesquisadas, com destaque para alface (11,45%) e escarola (8,19%). Nos grãos, o feijão carioquinha subiu 24,79% e o arroz, 1,23%. O preço da carne bovina aumentou 1,31%. Já nos legumes, as maiores variações foram registradas no chuchu (23,62%), na abobrinha (11,29%), no pepino (9,05%) e no tomate (4,16%). Caíram os preços do pimentão (-5,34%), berinjela (-3,95%) e do quiabo (-1,34%).
Banana (3,11%) e laranja (3,62%) foram os destaque entre as frutas. A maior redução foi apurada nos preços do limão (-35,85%).
Também no acumulado em 12 meses a inflação foi maior para famílias de menor renda: 7,92% no estrato 1, 7,58% no estrato 2 e 6,57% no 3. Três grupos ficaram acima da média geral, de 7,05%: Alimentação (9,82%), Despesas Diversas (9,29%) e Educação e Leitura (8,67%).
"Dos produtos com importância entre os hábitos de consumo do paulistano destacam-se: batata (58,42%), alface (29,78%); vagem (27,26%); cebola (25,82%); abobrinha (25,57%); cheiro verde e temperos (25,24%); feijão (23,35%); tomate (22,44%); chá (19,68%); carne bovina (18,29%); leite de coco (18,26%); pertences de feijoada (14,53%); carne suína (13,69%); linguiça (11,92%); sal (10,10%); arroz (9,58%); cerveja (8,99%); café (8,01%); refrigerantes (7,97%) e pão francês (6,37%)", cita o Dieese.
Rede Brasil Atual - 10/2/2015
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Outros itens, como cursos e cigarros, também levaram ao maior índice mensal desde 2003. Taxa acumulada supera os 7% e atinge principalmente famílias de menor renda
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