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Novo regional das plataformas digitais impõe gestão de terror

Linha fina
Com cobranças de metas diárias e antiéticas, trabalhadores sofrem exposições por meio de rankings disfarçados validados pelo gerente-geral da Gepes-SP
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Arte: Thiago Akioka

São Paulo – Bancários do Banco do Brasil denunciaram ao Sindicato que nas próximas semanas, os gerentes que não atingiram suas metas de vendas de produtos serão deslocados para a Gestão de Pessoas (Gepes) a fim de cumprir estágio no Fazendo e Aprendendo (Fazap).

“Na teoria, o Fazap é um estágio de formação do BB idealizada para possibilitar a troca de experiências entre colegas, porém, atualmente, está sendo utilizada como ranqueamento velado, reforçando o assédio e expondo colegas, pois apenas aqueles que não atingem as metas são encaminhados para este curso”, critica Adriana Ferreira, dirigente sindical e bancária do banco do Brasil.

Segundo o Sindicato apurou, os Fazap não propiciam aprendizagens e troca de experiências, e se resumem a uma central de vendas por telefone. “O que torna a situação ainda mais humilhante é que a rotina da agência digital é basicamente a oferta de produtos por telefone. Retirar o bancário do seu local de trabalho é apenas uma forma de exposição diante dos colegas”, afirma Adriana.

Para agravar a situação, uma das metas das agências digitais nesta semana consistirá na renovação do título de capitalização da modalidade pagamento único. 

Os títulos de capitalização, quando resgatados pelo cliente antes do prazo, acarretam em prejuízos financeiros, que podem chegar a centenas de reais, dependendo do valor do título. Entretanto, a prática é estimulada pelo regional a fim de atingir os resultados condicionados a contratação de novo título com prazo de vencimento maior.

“Exigir dos gerentes de contas este tipo de negócio é antiético e não deveria ser a  prática em nenhuma instituição financeira, muito menos em um banco público”, afirma Adriana.

A sugestão para realização deste negócio circulou em grupos de dicas para impulsionar vendas. “É vergonhoso ver o silêncio da regional diante desse tipo de dica, que contraria qualquer principio ético que o banco diz defender”, protesta Adriana. 
 

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