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Chapéu
Negociação

Empregados cobram a Caixa sobre unidades digitais, fechamento de agências e funções de caixa e tesoureiro

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Reunião entre a CEE/Caixa e representantes do banco público

Na última sexta, 19 de setembro, em Brasília, foi realizada mesa de negociação entre a CCE/Caixa (Comissão Executiva dos Empregados da Caixa) e representantes do banco público, na qual foram debatidas diversas questões de interesse dos empregados.

Fechamento de agências

O primeiro tema colocado em pauta na negociação foi a fechamento de agências. A representação dos empregados enfatizou grande preocupação com essa questão.

De acordo com a CEE/Caixa, este processo deixa os clientes desassistidos, precisando fazer grandes deslocamentos para serem atendidos. Para a representação dos empregados, as mudanças precisam ser negociadas através de um diálogo transparente, no qual os trabalhadores sejam ouvidos.

Na negociação, a Caixa apresentou diversos dados para demonstrar que muitos processos estão sendo realizados fora das agências físicas, mencionando cartões e habitação como exemplos, registrando estas operações como sendo realizadas em canais alternativas, mas ignora que nenhuma delas se concretiza sem o atendimento presencial, através do qual são realizadas as assinaturas e autorizações por parte dos empregados. Ou seja, a demanda continua concentrada nas agências físicas, o que não pode ser ignorado.

“A Caixa não é um banco convencional, privado, feito apenas para dar lucro. A Caixa cumpre uma função social importantíssima, garantindo inclusão bancária para a população brasileira, pagamentos de benefícios sociais, crédito e contribuindo para o desenvolvimento do país. Em muitos locais, a Caixa é o único banco presente e uma parte enorme dos clientes precisa e deseja o atendimento presencial. A direção do banco não pode ignorar estes pontos e fechar agências da forma como está fazendo, sem considerar o impacto para a população, empregados, que precisam absorver a demanda de unidades fechadas, e para o próprio banco, que corre o risco de perder sua função social e a própria identidade”

Luiza Hansen, dirigente do Sindicato e empregada da Caixa

“A Caixa precisa ouvir a representação dos empregados neste processo. Mais do que garantir o atendimento presencial para a população, é necessário que a estrutura de agências seja fortalecida, de forma que possamos atender mais e melhor”, acrescenta.

Caixas e tesoureiros

Na negociação, os representantes da Caixa informaram que a questão das funções de caixa e tesoureiro está sendo reavaliada, reconhecendo as dificuldades enfrentadas pelos empregados, que estão nas funções de forma precarizada (prazo e minuto) há anos, e disseram que o banco se compromete em encontrar uma solução rápida, baseada em dados e números concretos, a ser apresentada na forma de proposta até o fim de outubro.

É importante lembrar que a Caixa, na última negociação, em agosto, se comprometeu que nenhum empregado com cargo minuto ou por prazo teria sua renda impactada durante o processo de reestruturação. Novamente, na reunião da última sexta, a CEE/Caixa cobrou e lembrou o banco público sobre este compromisso firmado.

“Desde que as designações de caixas e tesoureiros foram extintas, a representação dos empregados tem denunciado e cobrado da caixa o retorno das designações. As funções minuto são funções precárias, que acabam com as condições de trabalho dos empregados. As negociações sobre o tema vinham acontecendo até que a Caixa se retirou da mesa. Agora, o banco volta a falar sobre a construção de uma solução para essa questão”, explica Luiza Hansen.

Home office

Sobre o home office, a CEE/Caixa mencionou que o modelo de trabalho híbrido está sendo implementado, mas que falta clareza nas normas, sobretudo em relação à prioridade para PCDs (pessoas com deficiência).

De acordo com a representação dos empregados, apesar da legislação prever a prioridade para PCDs, a normativa interna da Caixa não deixa isso claro o suficiente, de forma que a decisão acaba por ficar a critério do gestor, o que acarreta em conflitos e reclamações.

Super Caixa

A CEE/Caixa expressou sérias preocupações com o programa Super Caixa, alegando que o mesmo não é transparente e pode prejudicar a remuneração dos funcionários, especialmente os de linha de frente nas agências.

A principal crítica é que, embora a Caixa afirme que a metodologia da PLR não mudou, as regras e limites do Super Caixa tornam praticamente impossível para a maioria dos empregados alcançar a remuneração máxima, gerando desmotivação e frustração. A representação dos empregados sugeriu a suspensão temporária do programa para que as regras sejam revistas.

Agências digitais

Desde a reestruturação ocorrida nas agências digitais em julho, o Sindicato tem recebido diversas demandas por parte dos empregados que atuam nessa área em relação à forma como as mudanças estão ocorrendo, além de preocupações com o futuro das funções e do próprio modelo de agencia digital.

Existem diversos problemas como, por exemplo, a disputa por clientes entre as agências físicas e digitais tem ocorrido com frequência, acarretando em situações que constrangem empregados e clientes; a dificuldade em relação a formação de carteira nas agências digitais, o que causa preocupação entre os empregados, principalmente em relação a manutenção das funções; e, agora, a elevação das metas sem considerar o número efetivo de clientes das agências. Somado a tudo isso, existe a possibilidade de haver prejuízo no que diz respeito ao Super Caixa, TDV e encarreiramento.

Todas estas questões foram apresentadas pela representação dos empregados na negociação, cobrando do banco medidas efetivas para que sejam solucionadas, evitando assim a insegurança e o adoecimento que acometem os empregados das agências digitais.

Foi lembrado ainda na negociação que, no dia 18 de setembro, a representante dos empregados no Conselho de Administração (CA) da Caixa, Fabiana Uehara, entregou ao presidente do banco, Carlos Vieira, manifesto de gerentes das agências digitais sobre estas questões.

Por sua vez, a Caixa se comprometeu que todas as agências digitais ficariam no “azul” (alta performance); que as metas seriam proporcionais ao número de clientes efetivos das unidades, sendo ajustadas, e que não haverá perda de remuneração; e a realizar uma reunião específica com os gerentes de agências digitais.

"Em nossas visitas às agências digitais, praticamente todos os empregados apresentaram reclamações e preocupações relativas ao processo de reestruturação. Cobramos da Caixa a solução dessas questões e vamos seguir acompanhando. Importantes compromissos foram assumidos pelo banco, e pedimos que os empregados estejam sempre em contato com o Sindicato caso ocorra qualquer problema", conclui Luiza Hansen.

Compromissos assumidos pela Caixa

  • Deixar todas as agências digitais “no azul” e que se houver distorções serão corrigidas;
  • Metas das agências digitais serão proporcionais ao número real de clientes atendidos em cada unidade e que serão recalibradas sempre que houver problemas;
  • Orientação para preservar as pessoas no reposicionamento (caixas, tesoureiros, funcionários de agências transformadas em digitais ou sem numerário) para evitar turbulências, também serão preservadas as funções efetivas dos empregados, incluindo a possibilidade da lateralidade (troca de função no mesmo nível e com mesma remuneração);
  • Unidades com porta giratória permanecerão com a estrutura de segurança; colocação ou retirada de portas somente serão realizadas após avaliação prévia de segurança;
  • A Caixa já comprou equipamentos para captura digital/biométrica (digitais) e comprometeu-se a distribuí-los em breve para as unidades, com apoio logístico.
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