Os jovens que ingressarem no mercado de trabalho terão dois modelos distintos de regimes trabalhistas para "optar" com a carteira "verde e amarela". Essa informação, que já circulava durante a campanha eleitoral de Bolsonaro, foi confirmada em jantar com empresários, promovido pelo site de notícias Poder360, no dia 5.
A informação é da Rede Brasil Atual.
“O jovem poderá escolher. Na porta da esquerda, há a Carta del Lavoro, Justiça do Trabalho, sindicatos, mas quase não tem emprego. É o sistema atual. Na porta da direita, não tem nada disso”, afirmou o ministro. “As pessoas vão ver dois sistemas funcionando. Um com muitos direitos e poucos empregos. E outro com menos direitos e muitos empregos. Elas vão olhar isso por dois, três anos e 'babar' um pouco”, declarou.
De acordo com Guedes, dar opção de mais um sistema para quem está procurando o primeiro emprego, reduziria a taxa de desocupação entre os mais jovens. E faria com que a sociedade percebesse as "vantagens" de regras menos rígidas, com as empresas "incentivadas" a contratar.
A dirigente do Sindicato Karen Souza, critica essa proposta já que os jovens são os que mais sofrerão sem uma expectativa de emprego e direitos garantidos. “ A intenção deste governo, desde o início de sua campanha, foi a de enfraquecer os movimentos sociais e sindicais e retirar direitos dos trabalhadores. Vender a ideia de que com menos direitos os jovens terão mais oportunidades é uma falácia, pois o número de jovens entre os 15 e 29 anos que estão desempregados é absurdo, já diante desta “deforma” trabalhista que o governo alegou ser boa para os trabalhadores e que não aumenta o número de contratações, apenas precariza as condições de trabalho e retira direitos”, diz Souza que é funcionária do Bradesco e integrante do Coletivo de Juventude do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
A adesão gradual dos trabalhadores ao novo sistema, acredita o ministro, faria com que a Justiça do Trabalho perdesse relevância e sua presença também começaria a ser reduzida. Em entrevista logo que tomou posse, no início de janeiro, Bolsonaro disse que poderia debater a extinção da Justiça do Trabalho e que os processos trabalhistas deveriam tramitar na Justiça comum.