De acordo com matéria do Valor Econômico, a Caixa pretende protocolar nesta sexta-feira na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) o pedido de IPO da Caixa Seguridade. O Valor, que ouviu duas fontes do banco público, informa que os preparativos estão na reta final, mas ainda falta concluir a liberação de alguns documentos.
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Em entrevista concedida na quinta 20, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, não falou em prazo, mas afirmou que a IPO está “madura”. A oferta para abertura de capital é estimada em R$ 15 bilhões.
“A venda de uma subsidiária lucrativa, que no ano passado teve crescimento de 20% na receita operacional, mais uma vez evidencia o acelerado processo de desmonte e fatiamento da Caixa. A atual direção do banco, sob ordens do governo federal, está vendendo as partes mais rentáveis da Caixa. É a dilapidação do patrimônio público sendo feita de uma forma desavergonhada”, critica o diretor do Sindicato e coordenador da CEE/Caixa, Dionísio Reis.
IHCD
No seu balanço de 2019, a Caixa informou que pagou ao Tesouro Nacional R$ 11,4 bilhões em IHCDs (Instrumentos Híbridos de Capital e Dívida).
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“O que estamos assistindo é o processo de descapitalização da Caixa. Essa decisão política de devolução dos IHCDs é uma lógica perversa, rumo à privatização da empresa. A Caixa capitaliza o próprio Tesouro Nacional, mesmo se descapitalizando. O IHCD (Instrumento Híbrido de Capital e Dívida) tem a finalidade de incrementar a carteira de crédito da Caixa para financiamento de infraestrutura. A operação com IHCDs traz vantagens para ambos os lados, e em especial para a população brasileira, beneficiada com os investimentos decorrentes desse aporte de capital. Esses recursos deveriam ser investidos em saneamento, habitação e financiamento de bens de consumo para beneficiados do Minha Casa Minha Vida. A Caixa está impondo sacrifício aos empregados e à sociedade. São eles quem, na prática, estão devolvendo o IHCD, com seu suor”, indigna-se o diretor do Sindicato.
“Enquanto faz essa devolução descabida ao governo, a direção da Caixa vende as áreas mais lucrativas do banco, dilapidando um patrimônio do povo brasileiro e enfraquecendo o importante papel social da Caixa enquanto banco público. É bom lembrar que os trabalhadores enfrentam uma arbitrária reestruturação, que impõe transferências compulsórias, ameaça funções e enfraquece o papel social do banco. Além da redução do quadro de funcionários. O desmonte da Caixa e os ataques aos nossos direitos são parte do mesmo processo. Mais do que nunca, a defesa da Caixa 100% Pública e dos direitos dos empregados são lutas urgentes e indissociáveis”, conclui Dionísio.