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Hugo Motta, presidente da Câmara, mais uma vez mostra que tem lado. E não é o dos trabalhadores!

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Imagem estilizada do Congresso, acompanhada da frase "Congresso Inimigo do Povo" (Montagem: Linton Publio)

Os lamentáveis episódios ocorridos na Câmara dos Deputados nos últimos dias revelaram, mais uma vez, que o presidente da casa e a maioria dos seus parlamentares possuem um lado, e este lado não é o dos trabalhadores brasileiros.

Na tarde de terça-feira, 9 de dezembro, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), acionou a polícia legislativa contra o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), que ocupava a mesa diretora da casa em protesto contra a perseguição política sofrida por ele, motivada pelas denúncias recorrentes do parlamentar em relação ao orçamento secreto e concretizada em processo de cassação do seu mandato.

Tanto o parlamentar quanto jornalistas foram agredidos fisicamente pela polícia legislativa, que cumpria ordens do presidente Hugo Motta.

A truculência de Hugo Motta contra o deputado Glauber Braga contrasta com a omissão da presidência da Câmara no episódio em que parlamentares de extrema-direita ocuparam a mesa diretora da casa em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, hoje condenado por atentar contra a democracia; e ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que conspira dos EUA contra os interesses do Brasil na tentativa de evitar que seu pai e aliados paguem pelos crimes pelos quais foram condenados, entre eles a tentativa de golpe de estado.

Na ocasião, os parlamentares sequestraram a mesa diretora por 48 horas, obstruindo os trabalhos, e só aceitaram sair após Hugo Motta se comprometer em pautar os projetos da PEC da Blindagem, derrotado após grandes manifestações populares; e a anistia para aqueles que atentaram contra a democracia.

“Eu gostaria que o Motta tivesse dado 1% do tratamento que tiveram os deputados que sequestraram a mesa da Câmara por 48 horas, que estavam aliados a um deputado que está fora do país. Naquele momento não faltou negociação. O que acontece agora é uma cassação golpista. Para quem não entra no jogo deles é porrada”, disse o deputado Glauber Braga após ser agredido pela Polícia Legislativa.

Na madrugada, anistia disfarçada é aprovada

Outro episódio que provou que o compromisso do presidente da Câmara e da maioria dos deputados não é com os trabalhadores foi o fato de Hugo Motta ter colocado em votação, na madrugada de terça 9 para quarta 10, projeto que reduz a pena para os condenados por atos golpistas, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro.

O projeto foi aprovado, às 2h26 da madrugada, com 291 votos a favor e 148 votos contra, uma abstenção e 72 ausências. O projeto segue agora para o Senado. Caso seja aprovado, o texto passará ainda pela sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pode vetá-lo integralmente ou em parte.

De acordo com os cálculos da equipe do deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), relator do projeto, caso o projeto vire lei o ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por cinco crimes, permaneceria preso em regime fechado por cerca de apenas 2 anos e 4 meses.

“Quando falamos que o Congresso é inimigo do povo, estamos falando sobre isso, sobre virar as costas para os interesses da população enquanto priorizam projetos que interessam apenas a um grupo político. Nós lembramos muito bem da demora em pautar a isenção do IR até R$ 5 mil, que só foi votada após muita pressão popular. Também nos lembramos da rapidez para pautar a PEC da Blindagem, derrotada após grandes manifestações. E, agora, enquanto a população clama pelo fim da escala 6x1, por ações que combatam os números alarmantes de feminicídios no país, Hugo Motta prioriza a votação de um projeto de anistia disfarçada, um PL da impunidade para quem atentou contra a democracia, aprovado em plena madrugada”, enfatiza a presidenta do Sindicato, Neiva Ribeiro.

“A classe trabalhadora está atenta e registrando os movimentos de Hugo Motta e da maioria dos deputados. Em 2026, quando iremos as urnas, é de fundamental importância para o país que sejam eleitos parlamentares, governadores e um presidente comprometidos com os interesses do Brasil e dos trabalhadores, e não com o golpismo”, conclui a presidenta do Sindicato.

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