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Chapéu
Antissindical

Santander quer jogar seu autoritarismo nas costas do Sindicato

Linha fina
Após ignorar tratativas com os representantes dos trabalhadores sobre desconto de doação, agora o banco espanhol quer acusar sindicatos por cancelamento de doações
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Foto: Freepik

Depois de tentar fazer caridade com o chapéu dos bancários, o Santander agora quer jogar o peso de seu autoritarismo nas costas do movimento sindical. Isso porque o banco decidiu cancelar todas as doações para instituições de caridade que havia proposto aos seus trabalhadores, mesmo os que decidiram participar da ação.

Doação ou coação?! Santander faz “caridade” com o seu chapéu!

Em nota enviada aos trabalhadores nesta terça-feira (11), o Santander disse que não poderia seguir com o "modelo proposto" por conta das ações movidas pelos sindicatos, e que o valor a ser descontado seria semelhante à contribuição sindical. A medida do banco, novamente autoritária, contraria decisão judicial favorável ao movimento sindical e que diz que o Santander só pode descontar o valor da doação dos trabalhadores que autorizaram expressamente o desconto.

"Procuramos o banco por diversas vezes para conversar sobre este desconto e eles não quiseram escutar os trabalhadores. Em um país como o Brasil, a solidariedade e empatia são importantes e o que os sindicatos querem é que o direito dos trabalhadores, em escolher doar ou não, seja respeitado", explica a dirigente executiva do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Maria Rosani.

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Ela ressalta que a postura do banco é antissindical, e que tentar comparar a cobrança da taxa negocial ou do imposto sindical com o desconto compulsório que o Santander havia proposto é desonesto.

"As taxas sindicais são parte de processos democráticos, onde os trabalhadores são convocados para assembleias, votam e decidem o percentual a ser cobrado. O Sindicato é forte porque tem a participação democrática dos bancários na composição dos recursos para fazer a luta", completa Rosani.

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"O Santander poderia ser solidário não demitindo pais e mães de família, agravando assim o desemprego no país. Outra forma de exercer a solidariedade é não pressionar ou assediar moralmente os trabalhadores para aumentar seu lucro astronômico. Ou ainda: poderia destinar apenas 1% de seu lucro no país para as instituições de caridade, não precisando, assim, descontar compulsoriamente dos salários de todos os bancários", sugere a dirigente.

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