Em breve, os bancários de agências digitais do Itaú, da base do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região - irão deliberar sobre a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho dos Funcionários das Agências Digitais. Assim que for definida data, horário e formato da assembleia, o Sindicato irá informar aos trabalhadores por meio dos seus canais de comunicação.
Entre os pontos que serão renovados no acordo, estão:
- O relacionamento com o Cliente simultâneo com computador e telefone não deve ultrapassar metade da jornada de trabalho;
- Não pode implementar script para atendimento telefônico;
- Concessão de equipamentos ergonômicos para realização do trabalho, conforme NR17;
- O layout não pode ser de uma Central de Atendimento;
- Acesso dos representantes sindicais nos locais de trabalho para fiscalização das normas trabalhistas e do cumprimento deste acordo.
As pautas não discutidas no acordo serão negociadas através de Aditivo ao Acordo Coletivo de Trabalho.
“O acordo tem o objetivo de preservar direitos dos bancários quanto ao modelo de agência digital implementado pelo Itaú e assegurar aos mesmos, caso não seja cumprido, a possiblidade de ações sindicais e até mesmo judiciais”
Valeska Pincovai, dirigente do Sindicato e bancária do Itaú
Condições de trabalho
São recorrentes as denúncias de bancários de agências digitais do Itaú quanto a metas abusivas e extrapolação do atendimento telefônico. Por sua vez, o Sindicato cobra do banco que tais problemas sejam sanados. Também são diversas as reclamações de abusos por parte de gestores como, por exemplo, cobranças abusivas e assédio moral, as quais o Sindicato acompanha e repassa para a área de Relações Sindicais do banco, de forma que sejam solucionadas.
“São muitos os bancários que adoecem devido ao trabalho nas agências digitais, se afastando do trabalho por problemas psicológicos. Temos no Itaú um grave problema de gestão de pessoas. Não é possível que um banco que se coloca na mídia como uma das melhores empresas para trabalhar possua uma gestão tão arcaica”, avalia Valeska.
“Outro problema são as reestruturações que ocorrem no segmento das agências digitais, as quais ninguém entende onde o banco quer chegar e o que espera dos funcionários. Tantas mudanças e inconstâncias tornam o cumprimento de metas praticamente impossível e, consequentemente, o pavor de ser demitido torna-se constante entre os trabalhadores”, acrescenta.
Para a dirigente do Sindicato, a participação dos trabalhadores na assembleia é fundamental para a melhoria das condições de trabalho nas agências digitais. “É muito importante a participação de todos na renovação do acordo para que possamos, juntos, continuar lutando contra um modelo que adoece os bancários das agências digitais. Mesmo com acordo firmado, temos muitas denúncias de abusos. Sem o acordo, os trabalhadores ficariam desamparados e a situação seguramente seria muito pior.”
Denuncie
O bancário que for vítima de assédio moral deve denunciar imediatamente ao Sindicato. O sigilo é garantido.
“O bancário jamais deve se calar diante de uma situação de assédio moral. Nós vendemos nossa força de trabalho para o banco, não a nossa saúde”, conclui Valeska.