O Bradesco obteve lucro líquido recorrente de R$ 19,6 bilhões em 2024. O resultado representa crescimento de 20% em relação a 2023 e aumento de 3,4% no trimestre, tendo em vista que o lucro no quarto trimestre foi de R$ 5,4 bilhões, frente aos R$ 5,2 bilhões dos três meses imediatamente anteriores.
As receitas com prestação de serviços e renda das tarifas bancárias cresceram 5,2% em doze meses, totalizando R$ 29,7 bilhões. Já as despesas de pessoal, considerando-se o pagamento da PLR, aumentaram 5,8% no período, totalizando R$ 24,4 bilhões. Assim, em dezembro de 2024, a cobertura dessas despesas pelas receitas secundárias do banco foi de 121,8%.
Mais de 2 mil postos de trabalho fechados
A holding Bradesco encerrou 2024 com 84.022 funcionários (sendo 72.642 do Banco Bradesco), com fechamento de 2.200 postos de trabalho em doze meses (e abertura de apenas quatro postos no trimestre).
“Somente com o que ganha com as tarifas cobradas dos clientes o Bradesco consegue pagar mais de uma vez a folha salarial de todos os empregados, mas o banco insiste em cortar postos de trabalho e fechar agências ao invés de contratar mais bancários para reduzir a sobrecarga e os adoecimentos causados pela cobrança de metas abusivas. Uma situação injustificável diante do lucro apresentado e das denúncias de sobrecarga de trabalho”, afirma Marcio Rodrigues, diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo e bancário do Bradesco.
A base de clientes cresceu em 3,2 milhões em relação a dezembro de 2023, totalizando 109,1 milhões.
Em 2023, o banco tinha 1.227,6 clientes por trabalhador, relação que aumentou para 1.298,6 clientes por trabalhado em 2024. Alta de 5,7% ou mais 71 clientes por trabalhador.
“Esta relação comprova a sobrecarga de trabalho e tornam ainda mais injustificáveis as demissões promovidas pelo banco em 2024”, critica Marcio.
Bradesco fecha 2,3 mil agências
Em relação à estrutura física, foram fechadas 390 agências, 903 postos de atendimento e 92 unidades de negócios em doze meses, totalizando, respectivamente 2305 agências, e 728 postos de atendimento e 728 unidades de negócios ao final de 2024.
“Além de eliminar milhares de postos de trabalho, o banco segue fechando agências físicas, em um movimento que prejudica grande parte da população, sobretudo nas periferias das grandes cidades e nos municípios pequenos do interior, locais onde os moradores estão cada vez mais apartados dos serviços bancários. Como concessão pública, o Bradesco tem o dever de disponibilizar atendimento físico e humanizado à população da qual obtém seu lucro bilionário por meio da cobrança de juros e tarifas.”
Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo e bancária do Bradesco
ROE aumenta em 1,7 ponto percentual
O retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) do banco ficou em 11,7%, com acréscimo de 1,7 ponto percentual em doze meses.
De acordo com o relatório do banco, o aumento do lucro foi influenciado pela melhor margem bruta com clientes, que cresceu 3,3%, e pela redução da PDD (-10,7%). Além disso, o documento destaca o resultado das operações de seguros que foi de R$ 5,5 bilhões e o lucro líquido atingiu R$ 2,5 bilhões, impulsionado pela redução da sinistralidade.
A Carteira de Crédito Expandida do banco apresentou expansão de 11,9% em doze meses, somando R$ 981,7 bilhões em dezembro de 2024. A carteira pessoa física cresceu 13,3% no período, totalizando R$ 414,1 bilhões. Os destaques desse segmento foram o crédito pessoal (+24,8%), o imobiliário (+14,9%) e crédito rural (51,2%).
O segmento pessoa jurídica apresentou crescimento de 10,9% no período, totalizando R$ 567,6 bilhões. O saldo da carteira de grandes empresas cresceu 2,5%, enquanto o das micro, pequenas e médias empresas, registrou expansão de 28,0% em 12 meses. A taxa de inadimplência superior a 90 dias ficou em 4,0% ao final de 2024, com queda de 1,2 ponto percentual em comparação a 2023.
