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“Esses números traduzem o dia-a-dia de bancários e clientes. Os bancos cobram cada vez mais taxas e prestam um serviço cada vez pior, demitindo bancários e empurrando os usuários para o auto-atendimento. O resultado é bem conhecido: trabalhadores adoecidos pela pressão e clientes na fila e muito insatisfeitos”, avalia o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Luiz Cláudio Marcolino. “Isso demonstra o por quê de a receita com prestação de serviços ser responsável por 1/3 de toda a receita dos bancos”, completa Marcolino.
No mesmo período, a variação do número de trabalhadores também assusta. Em 1994 havia mais de 570 mil bancários no país, hoje não chegam a 400 mil. Se voltarmos um pouco mais, no início da década de 90, o número de trabalhadores do setor financeiro passava de 800 mil. Cada bancário, em 1993, era responsável por 67 contas-correntes. Em 2004, esse número já era de 184 por trabalhador. “Os bancos investiram muito em tecnologia, informatização, mas também criaram novos produtos pelos quais o bancário é responsável. Então, a quantidade de trabalho só aumentou. E os clientes, claro, só têm mesmo é que reclamar”, diz o presidente do Sindicato.
Os bancos, no entanto, não precisariam fazer tanta economia com a qualidade do atendimento. Os lucros do setor aumentaram 1.589,41% de 1994 a 2005, contra a já mencionada inflação de 167,50%. Se levado em conta somente o último ano, para uma inflação de 4,54% (ICV Dieese), houve um crescimento do lucro da ordem de 36,1%: dos R$ 20,8 bi em 2004 para R$ 28,3 bi em 2005. Enquanto isso, a despesa com pessoal variou somente 9,5%.