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Juntos, Banco do Brasil, Caixa, Bradesco, Itaú, Unibanco, Santander Banespa e Nossa Caixa, cobraram de seus clientes, em 2005, R$ 31 bi pela prestação de serviços. Só o estado de São Paulo tem verbas para despesas orçamentárias maior: R$ 65 bi. Em segundo, vem o Rio de Janeiro com pouco mais de R$ 27 bi (dados do Ipea, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, para 2004). Ou seja, o “estado dos banqueiros”, só com o arrecadado em tarifas, conta com um valor muito mais alto do que tem o estado do Rio de Janeiro para manter em dia a administração pública.
Os números permitem uma série de variações (veja mais no www.spbancarios.com.br). O mesmo valor de R$ 31 bi, pagos pelos clientes a esses sete maiores bancos em 2005, representa a soma de todas as despesas orçamentárias de 12 estados da União: Amapá, Acre, Alagoas, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Piauí, Paraíba, Roraima, Rondônia, Rio Grande do Norte, Sergipe e Tocantins. A receita de todos esses estados, juntos, somam R$ 28,823, verba com a qual financiam saúde, educação, transporte, saneamento, enfim, dinheiro para administrar e bancar todas as responsabilidades de um estado da União. “Mal comparando, é impossível deixar de pensar que os bancos arrecadam tanto e prestam cada vez menos serviços”, diz o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino
Abuso – Atualmente, 40% da arrecadação geral dos bancos vem da receita de prestação de serviços. Talão de cheques, transferências, extratos... São mais de 70 itens regulamentados pelo Banco Central, pelos quais as instituições financeiras podem cobrar tarifas. “Desde 1994, quando foi liberada a cobrança de tarifas, os bancos vêm aumentando sua arrecadação com base numa exploração que não faz sentido e precisa ser coibida”, diz Marcolino. Em 1994, os 11 maiores bancos tiveram uma renda de R$ 4,063 bi com tarifas.
Com o passar dos anos, isso foi aumentando até chegar aos R$ 28 bi em 2004. Uma alta de 661,71%, sem contar ainda o total arrecadado em 2005.
“Cada vez mais os bancos afugentam os clientes das agências, empurrando-os para o auto-atendimento ou para a mais nova modalidade, os correspondentes bancários. E os cidadãos ainda pagam por isso. Por outro lado, os banqueiros exigem cada vez mais dos bancários, transformando a categoria numa das mais pressionadas e sofridas”, lembra Marcolino.
Na Lua – Em notas de R$ 10, esticadas uma a uma, o que os sete maiores bancos do Brasil arrecadaram com tarifas em 2005, daria para chegar até a Lua. Ou, os R$ 30,955 bilhões cobrados pela prestação de serviços nesses bancos, também dariam a volta no planeta Terra por pelo menos 10 vezes. Da Terra até a Lua, são 384 mil quilômetros. Já a circunferência da Terra tem mais de 40 mil km.
“A gente sempre diz que essa arrecadação é astronômica, sem imaginar que o termo é tão realista”, diz o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino.